sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dilma aproveita cadeia de rádio e TV para anunciar 'Brasil sem Miséria'

Em um pronunciamento marcado pela reafirmação de compromissos de combate à pressão inflacionária, a presidente Dilma Rousseff batizou hoje o programa que ela pretende transformar em símbolo do seu governo para a erradicação da pobreza extrema: "Brasil sem Miséria".

Em rede nacional, na noite desta sexta (29), Dilma não deu detalhes do programa, mas afirmou que ele será lançado "nas próximas semanas".

De acordo com a presidente, ele abarcará novos e antigos programas sociais --um deles deverá ser o Bolsa Família-- e mobilizará "todos os setores da sociedade".

Durante a campanha, a erradicação da miséria até 2014 foi uma de suas maiores promessas. No governo, Dilma deixou de falar em um prazo específico para o cumprimento da meta.

O pronunciamento teve como justificativa a celebração do Dia do Trabalho, no domingo, mas o destaque da fala presidencial foi menos os dados do avanço trabalhista, e mais a reafirmação de um compromisso do governo com o combate à inflação, em alta no país.

A última previsão do mercado para a inflação este ano é de 6,34%, muito próximo da margem de tolerância da meta do governo (6,5%).

Dilma citou como um dos "inúmeros desafios" do Brasil "crescer de forma harmônica e sustentável, sem gerar inflação ou outros tipos de desequilíbrio" e disse que o país está "alerta".

"Feliz de um país que tem desafios gerados pelo crescimento, no momento em que grande parte do mundo vive a estagnação e o desemprego", disse a presidente, em tom otimista. "Feliz de um país que está alerta e tem instrumentos para responder, sem titubear, a cada um desses desafios".

Dirigindo-se aos trabalhadores, afirmou que garantir o poder de compra dos salários é tão importante quanto garantir o emprego.

"Garantir o poder de compra significa jogar duro contra a inflação. Esse é um dos fundamentos da nossa política econômica, e dele jamais abriremos mão", disse.

Dilma ainda usou o exemplo da atuação do Brasil diante da crise econômica de 2008 para garantir que seu governo conseguirá debelar pressões inflacionárias, e aproveitou para internacionalizar o problema, como buscou fazer durante a semana o ministro Guido Mantega (Fazenda).

"Assim como fomos um dos países que melhor reagiu à crise financeira internacional, estamos preparados para enfrentar as pressões inflacionárias que rondam, no momento, a economia mundial", afirmou Dilma. FOLHA