Desde o dia 24 deste mês, o servente de pedreiro Reginaldo José da Silva, 44, luta contra o tempo para conseguir sair da Penitenciária de Araraquara (273 km de São Paulo), onde está preso. Segundo seu advogado, Rodrigo Abuchaim, Silva foi preso por engano.
Ele teria o mesmo nome de um criminoso de Maceió (AL), que estuprou e matou a mulher no dia 23 de abril de 2000, logo após ter se separado. Outro agravante é que as mães dos dois também teriam o mesmo nome: Benedita Maria da Conceição.
O advogado afirmou que Silva foi preso na porta de casa em Araraquara, quando chegava do trabalho, e que ficou assustado porque não sabia o motivo da prisão.
Apesar de também ser nordestino, Silva mora em Araraquara desde 1998, é separado e tem duas filhas adolescentes com a ex-mulher, que também mora na cidade. Na época do crime, ele estava trabalhando com carteira assinada e ainda estava casado em Araraquara, de acordo com o advogado.
"Pedi o relaxamento da prisão, mas o juiz de Maceió negou." Segundo ele, apesar de seu cliente ser negro e o acusado, branco, a mãe da vítima teria feito o reconhecimento por foto, embasando a decisão do juiz.
Ele aguarda cópias das certidões de nascimento do cliente e do criminoso para entrar com pedido de habeas corpus -ambos nasceram em cidades pernambucanas.
A defesa também pediu o isolamento do servente de pedreiro para evitar violência na penitenciária, devido à acusação de estupro.
A família já pensa em processar o Estado. "É uma grande injustiça. Meu pai nunca sequer esteve em Maceió", afirmou a filha Cristiane da Silva. A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária foi procurada, mas não se pronunciou. Folha Online