terça-feira, 17 de maio de 2011

Conselho pede demissão de promotores por mensalão do DEM

O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) aplicou nesta terça-feira a pena máxima administrativa contra os promotores Leonardo Bandarra, chefe do Ministério Público no Distrito Federal quando o mensalão do DEM operou, e Deborah Guerner.

O CNMP não tem poderes para demitir os acusados. O pedido será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, que na Justiça com um pedido de demissão contra eles.

Além disso, Bandarra foi suspenso de suas funções por 150 dias e Guerner, por 60 dias. Eles já estavam afastados.

Ambos foram condenados administrativamente por "violação de sigilo profissional com a solicitação e obtenção de recompensa" e "exigência de pecuna", e receberam a pena máxima contra um membro do Ministério Público.

Eles responderam no conselho pela acusação de receber propina e favorecer o ex-governador José Roberto Arruda, acusado de ser o chefe do esquema.

ENTENDA O CASO

Deborah Guerner e o ex-chefe do Ministério Público do DF Leonardo Bandarra são suspeitos de passar informações privilegiadas a integrantes do antigo governo do Distrito Federal e de terem extorquido o ex-governador Arruda.

No começo do ano passado, Arruda foi preso e perdeu o cargo depois que as denúncias vieram a público.

Em dezembro, ela e Bandarra foram afastados por 120 dias pelo CNMP. O afastamento terminou em abril.

Eles respondem a processo administrativo no conselho. No começo do mês, Luiz Moreira, que é relator do caso no CNMP, pediu a demissão deles.

Durante a sessão, Deborah Guerner criticou aos gritos a apuração.

"Onde estão os políticos? Cadê a denúncia do mensalão do DEM", gritou, de forma audível a quem estava do lado de fora da sala em que a sessão ocorria.

Antes de deixar o conselho, Deborah disse que não havia nada contra ela. "Tudo é baseado na palavra de dois bandidos".

Os advogados deles dizem que os depoimentos não foram contemplados na íntegra pelo relator. Os acusados também negam ter recebido propina do esquema.

O julgamento foi paralisado por um pedido de vista do conselheiro Achiles Siquara e retomado nesta terça-feira (17). FOLHA