quarta-feira, 25 de maio de 2011

Delma diz que foi coagida pela filha para confessar o crime

Delma Freire, acusada de ser a mandante do assassinato da alemã Jennifer Kloker, foi coagida pela filha, Roberta Freire a dar entrevista e confessar participação no crime. Foi o que disse no final da manhã de hoje seu advogado de defesa, José Carlos Penha, ao deixar a Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, onde a cliente está detida.
Penha contou que foi ao local com o objetivo de deixar o caso, após a quebra de confiança da cliente, que concedeu um entrevista sobre o caso, apesar de sua orientação em contrário. O advogado disse que encontrou Delma bastante nervosa, chorando muito, após ter tomado tranquilizantes. Ela teria apresentado suas desculpas e feito Panha reconsiderar a decisão e continuar no caso.
Na entrevista, Delma Freire disse que o verdadeiro autor intelectual do crime seria seu irmão, Dinarte Medeiros. Para o promotor do Ministério Público, André Rabelo, esta é mais uma estratégia de Delma, com o objetivo de livrar a culpabilidade de Pablo e Ferdinando Tonelli, marido e sogro da vítima, para que eles possam ter direito ao seguro de vida de Jennifer, motivação principal do assassinato da jovem alemã.
Dinarte recorreu à Justiça por discordar do juri popular e por isso não está sendo julgado pelo assassinato da alemã Jennifer Kloker ao mesmo tempo que os outros quatro réus: Pablo e Ferdinando Tonelli, Alexsandro Neves dos Santos, autor dos disparos, contratado pelos mandantes e Delma Freire (sogra da vítima). Ele é acusado de intermediar a compra da arma e apresentar o pistoleiro à Delma e cumpre pena em liberdade por ter colaborado com as investigações.
A prisão de Dinarte voltou a ser solicitada hoje pela promotoria. O promotor André Rabelo quer evitar a sua fuga. Ontem, ele disse que acusado se recusou a colaborar com o Ministério Público, descumprindo um acordo firmado anteriormente que o favorecia com a chamada delação premiada. “Não seria justo a manutenção da liberdade de acordo com o artigo 312 do código de processo penal”, disse Rabelo.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO