Neste ano, 25% dos crimes em Santa Catarina foram causados por desentendimento, segundo levantamento dos veículos do Grupo RBS. Os crimes que envolvem adolescentes seguem a mesma proporção. Os dados apontam para dificuldade das pessoas em resolver os conflitos sem violência. A consequência: mata-se por qualquer motivo. No caso dos adolescentes, a situação é agravada pelas mudanças de comportamento.
O advogado criminalista, Sandro Sell, aponta para a necessidade da criação de canais para resolver o problema dos adolescentes. Esses canais legítimos nem sempre são a família ou a professora.
— Na visão do adolescente, o pai está fora do conflito. Além disso, o menino fica constrangido de reclamar para a professora. Até porque, tem todo uma cobrança social, onde os meninos tem que resolver os problemas com agressão. É preciso ter grupos de profissionais, entre eles, psicólogos, o Conselho Comunitário de Segurança e outros especialistas. Eles morrem porque não sabem resolver o problema sem agressão física. A violência entre os jovens é um problema de saúde pública — diz.
O advogado Alceu de Oliveira, coordenador do curso de Direito na Univali aponta para o fenômeno da tribalização. Trata-se de um grupo que se reúne com pessoas com a mesma afinidade. O problema é que com o afastamento da família, por questões econômicas ou social, a "turminha" tem atuado para ocupar espaços e defender pontos de vista.
— Eles entram na onda da turma. Daí, o que ético ou moral não faz mas sentido. As pessoas passam a agir conforme os "ideias" do grupo. Foi o que se viu na sequência de violência em Jaraguá do Sul — diz. DIÁRIO CATARINENSE