terça-feira, 17 de maio de 2011

Fardados na Parada Gay: Cabral afirma que declaração não foi uma "decisão"

Após afirmar, na segunda-feira, que autoriza policiais militares e bombeiros a participarem, fardados, da Parada Gay, o governador Sérgio Cabral esclareceu, nesta terça-feira, que esta não era uma decisão formal, mas apenas uma forma de destacar que esta prática não seria condenada. Cabral lembrou que na Europa e nos Estados Unidos as instituições policiais ou não policiais se fazem representar com profissionais uniformizados e carros da corporação. 
Contudo, o comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mario Sérgio Duarte, esclareceu que na polícia não é permitido usar farda e armas em eventos que não sejam da corporação. O coronel destacou que a declaração de Cabral seria uma forma de apoio à tolerância.
“Se não permitem, então não vão, se essa é a regra atual", afirmou Cabral.
Lançamento de campanha contra homofobia
O governador Sérgio Cabral lançou, na segunda-feira,  a Campanha Rio Sem Homofobia, que será veiculada por rádios, televisões, cartazes, outdoors, busdoor, mobiliário urbano, folhetos, além de um site e itens promocionais, como camisetas, barracas de praia e blocos. A campanha está nas ruas a partir desta terça-feira, para celebrar o Dia Mundial de Combate à Homofobia. O tema ganhou uma data comemorativa desde 1993, e este ano terá a adesão de 102 países, entre eles o Brasil, que vai marcar a luta do movimento GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). 
O governador acredita que, assim como fizeram os membros do Supremo Tribunal Federal, aprovando a união civil de pessoas do mesmo sexo, o Senado vai aprovar o projeto de lei 122/2006 que criminaliza a homofobia. Ele também listou uma série de medidas que o Governo do Estado tomou, nos últimos anos, para diminuir a discriminação que esse segmento da população sofre.
"E, agora, vamos lançar esta campanha publicitária, para termos o Rio sem homofobia", enfatizou o governador antes de pedir à equipe técnica para rodar as peças publicitárias feitas para o rádio e televisão, que ele próprio ajudou a criar.  
Na ocasião, o governador autorizou os policiais gays a participarem da próxima Parada Gay uniformizados. Ele disse que vai autorizá-los, inclusive, a usarem as viaturas. 
Além do governador, participaram da cerimônia o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, a senadora Marta Suplicy, que representa a frente parlamentar LGBT no Congresso Nacional, o secretário-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, e o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves.  
Segundo o coordenador do Programa Rio sem Homofobia e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da população LGBT, Cláudio Nascimento, a luta, agora, é fazer com que o Congresso Nacional aprove a lei que considera crime qualquer ato contra homossexuais:  
"Um passo importantíssimo que nós demos foi a aprovação, no Supremo Tribunal Federal, da legalização da união civil de pessoas do mesmo sexo. Uma vitória que foi conseguida por meio de uma ação do Governo do Estado. Isso dá orgulho ao Rio de Janeiro, que sempre foi vanguarda na história das transformações sociais do país. A próxima etapa é fazer com que o Congresso saia da letargia, da sua covardia em relação a esse debate, e assuma de forma objetiva e sincera um setor da sociedade que está excluído dos direitos plenos de cidadania. É preciso ter uma legislação que torne crime a prática da homofobia", disse. JORNAL DO BRASIL