Ao menos cinco jovens de classe média são suspeitos de usar a rede de amigos em Franca (a 400 km de São Paulo) para furtar residências de alto padrão, de acordo com a DIG (Delegacia de Investigação Geral) da cidade.
O levantamento da delegacia mostra que a soma dos objetos furtados chega a R$ 1 milhão.
Três jovens foram presos no início do mês sob suspeita de participação no crime e outros dois são procurados. A polícia investiga a participação de outras pessoas.
De acordo com o delegado Daniel Paulo Radaeli, da DIG, a investigação começou há mais de um ano e envolvia Leonardo Engler Pugliesi, de 19 anos.
Observando a rotina dele, os policiais perceberam que os jovens conheciam as possíveis vítimas em bares e casas noturnas de Franca, ficavam sabendo da rotina da família e programavam a invasão das residências quando os moradores estavam fora. Nem as famílias de namoradas escaparam da ação.
No feriado de Páscoa, a quadrilha invadiu cerca de 15 casas --11 no residencial Paraíso, bairro de classe média alta, e as demais no centro e outras regiões da cidade, segundo a DIG.
No início do mês, após os furtos da Páscoa, a polícia prendeu Leonardo Pugliesi, 19, João Paulo Limírio, 25, Rafael Rodrigues Rossin, 20. São considerados foragidos Tiago Engler Pugliesi, 24, e Guilherme Rodrigues Alves, 21.
De acordo com a polícia, eles são filhos de empresários e representantes comerciais da cidade, não faziam faculdade, mas estudaram em boas escolas particulares. Pelo menos um deles tinha conhecimento em eletrônica e programava o desligamento de alarmes das casas invadidas, segundo o investigador Paulo Resende, da DIG.
Além de furto, o delegado Radaeli investiga o envolvimento dos jovens em tráfico e porte ilegal de armas, já que foram encontrados maconha, cocaína e um revólver calibre 32 no apartamento alugado para guarda dos objetos furtados.
OUTRO LADO
A advogada de Leonardo Pugliesi, Ana Maria de Lima, diz que ele nega o envolvimento nos crimes. Lima pede o relaxamento do flagrante porque, segundo ela, Leonardo foi preso na casa dos pais, sem os objetos furtados.
Solange Secchi, advogada de defesa de Tiago Pugliesi, que está foragido, pede a revogação da prisão e diz que ele também nega ter participação nos furtos.
Angélica Martori, advogada contratada pela família de Guilherme Alves para defendê-lo, disse que ainda não teve contato com o jovem e que espera a conclusão da investigação para ver que linha de defesa deverá adotar.
A reportagem não localizou os advogados de João Paulo Limírio e Rafael Rodrigues Rossin. FOLHA