quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ministra francesa Christine Lagarde anuncia candidatura ao FMI

A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, anunciou oficialmente nesta quarta-feira sua candidatura ao cargo de diretor gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), em substituição ao compatriota Dominique Strauss-Kahn.

"Resolvi apresentar minha candidatura ao posto", disse a ministra à imprensa, indicando ter tomado esta decisão "após uma reflexão madura".

"Tomo esta decisão após uma longa reflexão e com a concordância do presidente da República e do primeiro-ministro, que me apoiam totalmente neste processo", disse Lagarde, referindo-se a Nicolas Sarkozy e François Fillon. Além disso, destacou, sua intenção é "colher o mais amplo consenso" em torno da candidatura.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, anunciou nesta quarta-feira que apoia a candidatura de Lagarde.

"Apoio plenamente a candidatura de Christine Lagarde ao posto de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional", declarou Barroso em um comunicado, divulgado pouco após o anúncio da ministra.

Barroso destacou que Lagarde "conta com o respeito da comunidade internacional", em um momento em que a Europa tenta chegar a um consenso em torno de um candidato para substituir Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo no FMI em meio a um escândalo sexual.

Segundo Barroso, a Comissão Europeia "acredita que as qualidades de Lagarde, assim como seu compromisso com o fortalecimento da governança econômica global, são indispensáveis para cumprir a missão do FMI e sua contribuição vital para a estabilidade da economia internacional".

LÍDER EUROPEU

Os europeus querem manter neste posto que, de maneira tácita, é reservado a eles na divisão de poder das instituições internacionais.

No entanto, vários países emergentes consideram que chegou a sua vez de dirigir a instituição financeira internacional.

Apesar de a ida de Lagarde a Washington tirar de Sarkozy uma ministra carismática um ano antes das eleições presidenciais na França, ela seria uma poderosa aliada à Presidência francesa do G20 (Grupos das 20 economias desenvolvidas e emergentes) e no diálogo sobre a crise da dívida na zona do euro.

Por isso, várias potências europeias já defendem um candidato regional e dizem que é "crucial" que o próximo diretor-gerente tenha conhecimentos sobre a Europa, onde a entidade está fortemente envolvida.

FRANCE PRESS/FOLHA