Palhoça, na Grande Florianópolis, é a cidade de Santa Catarina que registrou mais homicídios em 2011. O município mais do que dobrou o número de mortes, de janeiro a abril, em comparação com o mesmo período de 2010. Subiu de nove para 20 casos – o pior índice de sua história.
O aumento de assassinatos se torna evidente, por exemplo, quando se faz uma comparação com Jaraguá do Sul, que tem os mesmos cerca de 140 mil habitantes. A cidade do Norte do Estado teve cinco assassinatos entre janeiro e abril deste ano. Em 2010, foram quatro no mesmo período.
Um levantamento da Polícia Civil aponta que 90% das mortes foram provocadas por envolvimento com drogas.
Para Aureo Sandro Cardoso, comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar em Palhoça, o crescimento pode estar ligado ao combate ao crime em operações montadas em São José e Florianópolis, cidades que juntas somam 630 mil pessoas e têm os maiores índices de violência do Estado. Ou seja, uma migração do crime.
– Se a polícia começar a correr com os bandidos em morros da Capital, por exemplo, esses caras vão para algum lugar. E acabam vindo para cá, invadindo áreas e aumentando o tráfico de drogas.
Nos quatro primeiros meses deste ano, em São José, o índice ficou praticamente igual. Em Florianópolis, o crescimento é menor que em Palhoça. São oito casos a mais na Capital, contra 11 em Palhoça.
Dos três delegados, só um está de serviço
O agente policial Pedro Francisco, responsável pela área de homicídios em Palhoça, acredita em uma soma de fatores para o aumento, mas destaca a falta de efetivo como o principal.
– Temos apenas uma delegacia. Aqui são cerca de 100 inquéritos por mês para três escrivães. Olha que absurdo. Na quinta-feira, por exemplo, não há delegado. Um está de férias, outro de licença médica e o terceiro fez o plantão da noite.
No dia 18 deste mês, na formatura de mais 202 policiais civis, o delegado-geral da corporação, Aldo Pinheiro D’Ávila, reconheceu a falta de efetivo em Palhoça. Por isso, dos formandos, a cidade também entrou nas prioridades da Secretaria de Segurança. Terá cinco novos agentes, um escrivão e três delegados, ainda no primeiro semestre deste ano.
Último assassinato foi neste sábado
O último assassinato em Palhoça, aconteceu na madrugada deste sábado. O professor Jaime de Andrade, 46 anos, foi morto com golpes de faca e tesoura no Loteamento Pagani. Felipe Rosa da Silva, 19 anos, foi preso em flagrante pelo crime.
Felipe morava com a vítima e tinha mandado de prisão em aberto no Paraná. Ele foi preso ao se envolver em um acidente na BR-101. Ele estava com o carro da vítima. DIÁRIO CATARINENSE
