Autoridades da zona do euro reconheceram nesta terça-feira, pela primeira vez, que a Grécia pode ter que reestruturar sua dívida.
Jean-Claude Juncker, que preside o Eurogroupo, afirmou que é necessário avançar para o que chamou de "reestruturação branda" da dívida grega.
A prioridade da Grécia é levantar 50 bilhões de euros de privatizações e honrar a dívida, que chega a quase 150% do PIB (Produto Interno Bruto), disse. Mas alguma forma de reestruturação da dívida deve ser considerada.
"Se a Grécia fizer todos esses esforços, então devemos ver se é possível fazer uma reestruturação branda da dívida grega. Eu sou totalmente contrário a uma grande reestruturação", acrescentou.
Autoridades gregas rapidamente confirmaram a possibilidade. Os ministros do Trabalho e das Relações Exteriores disseram que Atenas estava preparada para discutir uma "reestruturação branda".
"Uma solução possível pode ser ampliar os vencimentos de modo voluntário com a participação de todos", afirmou a ministra do Trabalho, Louka Katseli.
Por semanas, importantes autoridades europeias negaram a ideia de uma reestruturação da dívida. Mas analistas acreditam que, no caso da Grécia, isso é inevitável dado o tamanho do endividamento e a incapacidade de o governo financiá-lo.
O vice-ministro das Finanças da Alemanha, Joerg Asmussen, disse que os credores privados de bônus da Grécia devem aderir voluntariamente a uma reestruturação da dívida se Atenas não conseguir fazer mais reformas fiscais. Como convencer os credores a fazer isso é a grande questão.
Falando a repórteres durante um encontro de ministros das Finanças da União Europeia, Asmussen disse que a situação das finanças da Grécia é tão ruim que uma equipe da União Europeia, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do BCE (Banco Central Europeu) vai ter que passar uma semana a mais em Atenas para conseguir ficar a par dos problemas. FOLHA