terça-feira, 28 de junho de 2011

Grupo francês Casino vai se opor à possível fusão CBD-Carrefour

O grupo varejista francês Casino, rival do Carrefour e importante acionista do Pão de Açúcar, divulgou nesta terça-feira um comunicado em termos duros contra a possível fusão, onde afirma que tem "autoridade para se opor ao projeto" e que nenhuma negociação sobre o futuro do grupo brasileiro pode ocorrer sem o seu consentimento.

"O anúncio [da proposta de fusão] confirma que negociações secretas e ilegais foram conduzidas e estão ocorrendo. No entanto, em consideração aos acordos públicos que o Casino assinou com o [o empresário e dono do Pão de Açúcar] Abilio Diniz, nenhuma negociação envolvendo o futuro do Pão de Açúcar pode ocorrer sem o Casino".

Ainda na nota emitida hoje, o grupo Casino afirmou que irá examinar nos próximos dias 'a melhor forma de defender os interesses corporativos da CBD e de seus acionistas que parecem comprometidos por este projeto'.

No último dia 16, o Casino aumentou sua participação no Pão de Açúcar em 3,3%, passando a deter 37% e lançando um alerta à família Diniz e ao Carrefour. O grupo varejista francês também entrou com um pedido de arbitragem internacional contra Diniz no mês passado, alegando que as negociações com o Carrefour contrariavam o acordo de acionistas que ambos possuem.

No centro da controvérsia está o acordo entre o Casino e o grupo de Diniz que permite que a companhia francesa assuma o controle do Pão de Açúcar, se optar por isso daqui um ano.

A opção do acordo entre Casino e Diniz foi instituída em 2006, quando ambos fundaram a holding Wilkes, que detém 66% das ações com direito a voto do Pão de Açúcar. Se exercer a opção, o Casino poderá indicar um nome para a presidência do conselho do Pão de Açúcar.

Sob as regras do acordo que criou a Wilkes, nenhuma das partes pode entrar em negociações de fusão sem o consentimento da outra.

REUTERS/FOLHA