domingo, 31 de julho de 2011

Imprensa americana diz que Congresso chegou a acordo

Um acordo preliminar para evitar que os Estados Unidos entrem em default (suspensão de pagamentos) foi alçado neste domingo, informou o canal "ABC News".

A fonte assinala que os líderes do Congresso começaram a informar aos legisladores sobre o rascunho desse acordo e aguardam suas reações.

Agora a pergunta-chave é saber se esse texto obterá um apoio suficiente entre republicanos e democratas para aprovar o projeto no Congresso.

Funcionários advertiram, no entanto, que em Washington "nada se acerta até que tudo esteja acertado", alertou a "ABC News".

Se o Congresso falhar em aumentar o teto da dívida até 2 de agosto, atualmente em US$ 14,3 trilhões, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar.

Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficarão mais caros e o efeito será sentido por grande parcela da população.

Na noite de ontem, por 246 votos contra e 173 a favor, a Câmara dos Representantes (deputados) rejeitou um projeto de lei democrata cujo objetivo era a ampliação do limite da dívida dos Estados Unidos. A proposta precisava de, no mínimo, dois terços para ser aprovada.

O Senado americano - controlado pelos democratas - recusou na sexta-feira a proposta republicana sobre o aumento do teto da dívida, que havia sido aprovada cerca de duas horas mais cedo pela Câmara de Representantes.

A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, buscava elevar o teto da dívida americana em duas etapas.

IMPASSE

Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.

Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos - Democrata e Republicano - se reúnem quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.

Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.

A oposição republicana exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.

Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.

Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.

Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.

FRANCE PRESS/FOLHA