sexta-feira, 29 de julho de 2011

Renda fixa e ouro foram melhores aplicações no mês e no ano

O mês em que o investidor viu a inflação pela segunda vez consecutiva reforçou os ganhos tanto nos produtos de renda fixa e até mesmo da caderneta de poupança, tradicionalmente conhecida por seus baixos retornos.

Já o turbulento cenário da economia mundial deu fôlego para a commodity ouro. Em busca de uma reserva de valor, os investidores fugiram das ações e correram para a commodity. Na BM&F, onde se fixam os preços no mercado à vista, a cotação disparou 9,3% no mês e 7,3% neste ano.

Outros produtos mais arriscados somente frustraram o investidor. No caso da Bolsa de Valores, o Ibovespa (o termômetro por excelência desse mercado) retrocedeu 5,7% no mês e já amarga perdas de 15,12% no ano.

Já a taxa de câmbio doméstica cedeu 0,51% em julho, e 6,7% em sete meses, num reflexo da enxurrada de dólares que atinge o país desde o início deste ano.
Rentabilidade (%)
InvestimentosMensalAnual
Ouro (BM&F)9,327,32
CDB0,966,59
Poupança0,624,23
Dólar-0,51-6,72
Bolsa-5,74-15,12
Inflação (IGP-M)-0,123,03
Entre os produtos de renda fixa, os CDBs oferecidos pelos bancos tiveram rentabilidade média de 0,96% no mês, e de 6,6% no ano, sem considerar os descontos como imposto de renda.

A poupança, por sua vez, apresentou retorno de 0,62% em julho e de 4,23% no ano.

Para o mês de agosto, analistas consideram que os problemas do cenário externo não contribuem para a recuperação da Bolsa de Valores. Os preços depreciados de várias ações, no entanto, autorizam compras gradativas para a formação de uma carteira tendo em vista o longo prazo.

No caso do câmbio, especialistas acreditam que dificilmente as cotações da moeda americana devem subir muito além de R$ 1,60 neste ano.

As aplicações de renda fixa são bastante sensíveis à trajetória dos juros básicos. O Banco Central, na visão do mercado, já sinalizou que deve estancar o ciclo de alta dos juros, mantendo a taxa em 12,50% até o final deste ano, provavelmente. Nesse nível, esse tipo de investimento ainda continuaria atraente para os aplicadores, mesmo considerando um eventual aumento da inflação.

Em julho, o IGP-M apresentou uma deflação de 0,12%, e uma inflação acumulada de 3,03% nos sete meses.

FOLHA