quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bovespa segue como pior aplicação; ouro tem melhor retorno


As turbulências de agosto nos mercados financeiros tiveram o duplo efeito de derreter as Bolsas de Valores e detonar uma corrida pelo ouro. Na BM&F, as cotações da commodity dourada subiram 7,9% neste mês, sendo com folga com a melhor aplicação do período.

Em âmbito menos restrito, investidores ainda continuaram a encontrar alternativas mais confortáveis no segmento de renda fixa. A rentabilidade média dos CDBs vendidos pelos bancos foi de 1,07% em agosto (em termos brutos, isto é, sem considerar impostos), batendo a inflação de 0,44% do período (IGP-M).

Mesmo a poupança, com um retorno de 0,71%, garantiu alguma tranquilidade para os aplicadores neste mês.

Os preços da moeda americana tiveram um repique de 2,5%, colocando os fundos cambiais entre as melhores alternativas do mês, um acontecimento raro neste ano.

Já a Bolsa de Valores manteve o quadro dos meses anteriores: o índice Ibovespa, referência para vários fundos de renda variável, amargou desvalorização de 3,96% em agosto.

"A Bolsa não pode cair para sempre", diz João Lucas Odebrecht, supervisor de investimentos da corretora Omar Camargo. A exemplo de outros analistas, Odebrecht acredita em melhores chances para a Bovespa em setembro: há uma perspectiva de que os juros básicos do país comecem a cair nos próximos meses, o que (quase) sempre melhora as perspectivas para a renda variável.

O cenário externo preocupa, mas também há alguns indícios positivos nos EUA e na Europa. O banco central americano sinalizou novas medidas para ajudar a recuperação da economia - o que ainda precisa se confirmar - e na Europa, há esboços de uma solução conjunta para a crise das dívidas soberanas  - o que também precisa virar realidade.

RENTABILIDADE ANUAL

Ouro e Bolsa repetem suas posições no período de oito meses deste ano. Enquanto a cotação da commodity tem um ganho acumulado de 15,8% entre janeiro e agosto, o índice Ibovespa desvalorizou 18,48% no mesmo período.

No espaço intermediário, o CDB acumulou um retorno de 7,73% (em termos brutos) no período de janeiro a agosto, enquanto a poupança entregou um retorno de 4,97%, acima da inflação acumulada neste ano de 3,48%, pela referência do IGP-M.

O dólar, por sua vez, sofreu queda de 4,4%. Analistas consideram as cotações da moeda americana devem se mexer pouco no restante do ano, salvo eventos imponderáveis no front externo, como por exemplo, uma piora significativa nas condições da economia americana.

FOLHA