quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Vamos manter a inflação sob controle", diz Dilma em artigo


Da Redação
A presidente Dilma escreveu um longo artigo - de doze parágrafos - para o jornal britânico Financial Times, publicado nesta quinta-feira (22) na edição impressa da publicação. Depois de se tornar a primeira mulher a fazer o discurso de abertura de uma Assembleia-Geral da ONU, na última quarta-feira (21), a presidente do Brasil deu continuidade à discussão sobre a crise econômica que avança sobre os países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, e voltou a dar o recado de que as nações emergentes podem e devem ajudar nesse cenário.
Para acalmar os mercados, Dilma falou também de inflação e disse que não há motivos para preocupação, pois o país manterá a taxa sob controle. "Não sucumbiremos diante de pressões inflacionárias que vêm de fora. Com segurança e serenidade, vamos manter a inflação sob controle, sem que tenhamos de renunciar a nosso crescimento, essencial para a promoção da inclusão social. Nosso compromisso com o desenvolvimento sustentado e a estabilidade macroeconômica não é negociável, e a sintonia fina da política econômica trabalhará sempre com essa meta", escreveu.
A presidente afirmou ainda que a crise financeira de 2008 continua a gerar consequências, sobretudo nas economias avançadas. Segundo sua análise, muitos dos países ricos estão em crise porque, "com um crescimento ainda fraco, vêm adotando políticas monetárias extremamente expansionistas, em vez de uma combinação mais equilibrada de estímulos fiscais e monetários".
Além de fazer seu prognóstico sobre a crise e apontar soluções exercidas pelos países emergentes, a presidente criticou o protecionismo de mercado, e disse que é "urgente" combatê-lo. Para ela, esse tipo de prática confere "competitividade de maneira espúria e à custa dos parceiros comerciais".
A atuação e relevância do G20 foi outro ponto de destaque do artigo de Dilma Rousseff. "O G20 é capaz de oferecer uma resposta coordenada, em que todas as grandes economias podem avançar em conjunto em seus ajustes fiscais, monetários e cambiais, sem correr os riscos de atuarem sozinhas. Um sistema global de comércio aberto exige esse sentimento de confiança mútua".
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