sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ações da Sony despencam e investidores questionam divisão de TVs

As ações da Sony caíram quase 10% nesta sexta-feira (4), devido ao questionamento dos investidores sobre a capacidade da companhia japonesa de reverter a crise em sua deficitária divisão de televisores. A Sony anunciou que a divisão deve sofrer um prejuízo de US$ 2,2 bilhões.

A Sony chocou os investidores na quarta-feira ao alertar sobre um quarto ano consecutivo de prejuízo, o que abalou ainda mais a confiança do mercado quanto a uma companhia que no passado simbolizava o poderio da alta tecnologia japonesa.

A Sony não ofereceu muitos detalhes sobre seu plano para reduzir à metade o prejuízo da divisão de televisores, que está a caminho de seu oitavo ano consecutivo no vermelho. A Sony espera conseguir reduzir o prejuízo no ano que vem e sair do vermelho no ano fiscal que se encerra em março de 2014.

"Depois dos resultados e projeções fracos e diante do impacto das inundações na Tailândia e do iene ainda forte, é impossível ser otimista quanto à Sony no momento, e vender ações da companhia é uma decisão fácil", disse Mitsushige Akino, vice-presidente de investimento da Ichiyoshi Investment Management. "Não existem motivos para comprar ações da Sony, e os motivos para vendê-las são muitos".

Yuji Fujimori, analista do Barclays, adotou recomendação menos positiva quanto às ações da Sony, e reduziu sua projeção de preço de 2,5 mil para 1,6 mil ienes, afirmando que projeções de lucro haviam sofrido corte ainda maior que o esperado e que a reestruturação na divisão de televisores estava atrasada.

As ações da Sony fecharam em queda de 7,9%, cotadas a 1,4 mil ienes, depois de terem chegado a cair em até 8,8% durante o pregão, à sua mais baixa cotação em 30 dias. A quinta-feira foi feriado no Japão.

A Sony reduziu sua projeção de vendas de televisores, câmeras e aparelhos de DVD, na quarta-feira, e anunciou que pode reportar 90 bilhões de ienes (US$ 1,1 bilhão) em prejuízo líquido no ano fiscal em curso, revertendo uma projeção anterior que previa lucro de 60 bilhões de ienes.

REUTERS/FOLHA