terça-feira, 1 de novembro de 2011

Bolsas europeias despencam com plano de referendo na Grécia

A primeira rodada de negócios de novembro encerrou na Europa quase como uma "ressaca" do desempenho excepcional registrado no mês passado, quando as ações subiram mais de 8% (a maior elevação mensal desde julho de 2009).

O susto com a Grécia atingiu um mercado já nervoso com a situação italiana, abalada por uma dupla crise política e econômica.

Em Londres, o índice FTSE 100 teve baixa de 2,21% no fechamento, para 5.421 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 5,06%, para 5.830 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 teve uma retração de 5,38%, para 3.068 pontos.

No epicentro da crise, a Bolsa de Atenas desabou 6,92%. Outros mercados tiveram quedas bem similares: a Bolsa italiana derreteu 6,80%, enquanto o índice madrileno de ações retrocedeu 4,19% no fechamento.

Ainda operando, as Bolsas americanas seguem pelo mesmo caminho: perto das 15h (hora de Brasília), o índice Dow Jones caía 2,44%, enquanto o mais abrangente S&P500 recuava 2,80%.

O anúncio surpreendente do primeiro-ministro George Papandreou de que vai colocar o pacote de resgate da Grécia em um referendo ameaça intensificar a crise da zona do euro, além de gerar queixas na Alemanha de que Atenas esteja tentando se esquivar do acordo.

Os líderes da zona do euro concordaram na semana passada em conceder a Atenas um segundo pacote, de 130 bilhões de euros, e um corte de 50% em sua dívida. O preço do pacote é um programa de cortes de gastos que desencadeou uma onda de protestos entre os gregos.

Papandreou disse que precisava de maior apoio político para as medidas fiscais e as reformas estruturais exigidas pelos credores internacionais.

Um líder da coalizão da chanceler alemã, Angela Merkel, disse na terça-feira que estava 'irritado' com o anúncio de Papandreou. 'Isso soa como alguém que está tentando se esquivar do que foi acordado - uma coisa estranha a se fazer', disse Rainer Bruederle, líder parlamentar do Partido Liberal Democrata FDP).

'Só se pode fazer uma coisa: fazer os preparativos para a eventualidade de que haja um estado de insolvência na Grécia'.

Segundo analistas, as últimas pesquisas de opinião mostram que a maioria dos gregos têm uma visão negativa sobre o acordo de resgate.

FOLHA