domingo, 6 de novembro de 2011

Clima político é tenso às vésperas de eleições na Nicarágua

A Nicarágua vivia neste sábado uma aparente calma nas vésperas das eleições de domingo, com normalidade nas ruas, mas um clima político permeado por acusações entre seguidores do presidente Daniel Ortega, favorito para ganhar a reeleição, e opositores.

Policiais, inclusive de grupos antimotins, patrulhavam algumas ruas e os arredores da sede do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), oeste de Manágua, constataram jornalistas da AFP.

Em frente ao CSE, pequenos grupos de opositores queimaram pneus, em protesto porque, segundo afirmaram, as autoridades eleitorais atrasaram a entrega de credencaiais a fiscais da oposição.

"Estão fazendo isso para fraudarem as eleições", declarou Javier Miranda, fiscal de uma das Juntas Receptoras de Voto (JRV), do Partido Liberal Independente (PLI), de oposição, cujo candidato, o empresário de rádio Fabio Gadea, está em segundo nas intenções de voto, 18 pontos abaixo de Ortega.

Em coletiva de imprensa, o presidente do CSE, Roberto Rivas, acusou o PLI de criar obstáculos para a distribuição de material eleitoral em regiões remotas do país, de destruir material eleitoral, e de atrasar a solicitação de credenciais para seus fiscais com o objetivo de "boicotar" ou semear dúvidas no processo.

Em alguns bairros do norte e leste do país, grupos de opositores e seguidores de Ortega entraram em confronto, mas foram controlados pela polícia, segundo informes da imprensa local.

Em Camoapa, município do leste de Manágua, a polícia dispersou um grupo de ativistas opositores que tentavam impedir a saída de material eleitoral em protesto porque os fiscais de seu partido não receberam credenciais.

Os juízes integrantes do CSE são na maioria favoráveis ao governista Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o que faz os opositores temerem "fraudes" como as que denunciaram durante as eleições municipais de 2008, vencidas pelo governismo.

Cerca de 200 observadores da Organização de Estados Americanos (OEA) e da União Europeia foram mobilizados ao país, assim como outros milhares de nicaraguenses autorizados, vinculados na maior parte ao governismo, e outros órgãos independentes que vigiarão as eleições por conta própria, pois não foram credenciados pelo CSE.

FOLHA