sábado, 19 de novembro de 2011

Memória da América Latina não é transparente, diz Associated Press

Só 38% dos países da América Latina atenderam totalmente os pedidos de informação feitos pela Associated Press em uma pesquisa com 105 nações, informou o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. Os melhores índices foram obtidos na Europa, e os piores, na África.

Em janeiro deste ano, a AP enviou pedidos de informação a países que possuem leis ou disposições constitucionais de acesso à informação.

Dos 18 países latino-americanos que faziam parte do projeto para testar essas leis, sete enviaram todos os registros no prazo legal (Chile, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, México, Paraguai e Uruguai). Um oitavo país, o Peru, encaminhou informações parciais.

Quatro nações (Bolívia, Colômbia, Equador e Panamá) responderam com algumas informações, mas que não eram úteis: "Eles responderam com algo diferente do que estávamos procurando", disse Eduardo Castillo, da AP.

Outros cinco países ignoraram completamente os pedidos de informações: Brasil, Belize, Honduras, Nicarágua e Venezuela. Já a Argentina se negou a responder ao pedido alegando "segurança nacional" - fato que Martha classificou de "preocupante".

"Foi um processo frustrante em países dos quais não obtivemos respostas, tanto na América Latina como em outros lugares", disse Martha Mendoza, escritora e principal responsável pelo projeto.

"Acompanhamos, ligamos para os escritórios, e eles diziam 'talvez a resposta estivesse chegando' ou 'vamos examinar', e então não conseguimos nada específico".

Castillo e Martha destacaram o fato de que o Brasil ignorou o pedido da Associated Press, apesar de sua parceria com os Estados Unidos em uma iniciativa para incentivar a transparência. Em outubro, o Congresso brasileiro aprovou uma lei de acesso à informação, que ainda aguarda a sanção da presidente.

FOLHA