terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Crédito externo recua 63% desde agosto


O crédito externo para o Brasil teve uma queda de 63% desde agosto por causa da crise europeia, que fechou o mercado, informa reportagem de Patrícia Campos Mello publicada na Folha desta terça-feira.

O número de captações externas de empresas no segundo semestre caiu de forma drástica - foram 10 em 2011, diante de 39 em 2010 e 22 em 2009, ano após a eclosão da crise financeira. Ao menos 20 empresas que iam fazer emissões de títulos lá fora estão com as operações em banho-maria, apurou a Folha.

Emissões de títulos soberanos do Brasil no exterior e de empresas com classificação "grau de investimento", consideradas de menor risco, continuam ocorrendo, como demonstram as captações recentes da Petrobras, da Eletrobras e do Banco do Brasil.

Mas empresas que têm perfil de maior risco, mais endividadas ou bem abaixo da classificação "grau de investimento" estão excluídas do mercado de captação externa desde maio, quando Marfrig, Cimento Tupi e TAM fizeram emissões em dólar.

A taxa de rolagem (renovação de financiamentos) de todos os tipos de crédito externo do Brasil de médio e longo prazo passou de 193% em agosto, mês em que o mercado começou a se fechar, para 72% em outubro, segundo levantamento do economista Darwin Dib, do Itaú BBA, queda de 63%. Taxa acima de 100% significa que está aumentando o endividamento.

Dib projeta que a taxa vai continuar caindo até o fim do ano. "Há sinais de que o crédito comercial está sendo afetado, o que é preocupante".

FOLHA