quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Investimento estrangeiro direto no Brasil cresce 256%, aponta Banco Central


O total de investimento estrangeiro direto (na forma de participação de capital) passou de US$ 162,8 bilhões em 2005 para US$ 579,6 bilhões em 2010, crescimento de 256%. O montante de 2010 é equivalente a 30,8% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de tudo que é produzido em um país em determinado período).

Os dados são preliminares e constam do Censo de Capitais Estrangeiros 2011, cujo ano-base é 2010 e comparado com o resultado de 2005. O censo foi divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Banco Central; ele é realizado a cada cinco anos.

O BC explica que houve um crescimento de fato, mas a grande diferença deveu-se, fundamentalmente, à mudança no critério de valoração dos investimentos, que passou de valor histórico para valor de mercado. A medida, informa a autoridade monetária, foi necessária para entrar em conformidade com o padrão estatístico internacional.

O objetivo do censo é mensurar os estoques de IED (investimentos estrangeiros diretos) no país na posição de 31 de dezembro de cada ano-base. O FMI (Fundo Monetário Internacional) apura os estoques globais de investimentos diretos, bem como sua distribuição por país investidor e receptor.

MUDANÇA

O levantamento de 2010 avança no sentido de apurar a origem do país investidor. Antes era possível verificar apenas de onde o dinheiro saía para o investimento - que poderia ter origem em paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman, e centros financeiros mundiais, como a Holanda. Nestes países de origem, há uma série de benefícios (como tributação reduzida) dos quais muitas empresas se beneficiam ao instalar escritórios nesses locais.

Com a nova metodologia, foi verificado a origem do investidor final, ou seja, qual país fez o investimento no Brasil, mesmo que tenha usado um investidor intermediário.

Os campeões em investimentos imediatos no país são Holanda (principal centro financeiro mundial), com US$ 162 bilhões, Estados Unidos (US$ 110 bilhões) e Espanha (US$ 70 bilhões). Por exemplo, a China não aparece na lista desses investidores, mas é 16ª colocada quando se avalia o investidor final, com US$ 7,8 bilhões, enquanto a Holanda cai para a 12ª posição (US$ 14,3 bilhões).

A Bélgica, investidora imediata posicionada em décimo terceiro lugar, figura como o terceiro país de origem no critério de investidor final, contemplando estoque de US$50,4 bilhões.

FOLHA