sábado, 3 de dezembro de 2011

Itália anunciará segunda-feira medidas para poupar até € 25 bi

O governo de Mario Monti vai apresentar na segunda-feira medidas destinadas a economizar de € 20 bilhões a € 25 bilhões nos próximos dois anos, de acordo com informações de fontes oficiais na sexta-feira.

A Itália precisa melhorar suas contas públicas para evitar uma grave crise na sua dívida pública. Ao mesmo tempo, corre o risco de que as medidas de austeridade impeçam a retomada do crescimento.

Fontes ouvidas pela Reuters disseram que, do total economizado, de € 10 a € 12 bilhões serão usados na redução do deficit público, para que o país consiga cumprir sua meta de equilibrar o orçamento até 2013, apesar da alta dos juros e da contração econômica.

O restante do dinheiro poderá ser investido em iniciativas que ajudem o país a se recuperar da iminente recessão.

Em nota, o governo disse que o gabinete deve se reunir na segunda-feira para aprovar as medidas, e que os planos serão imediatamente detalhados.

As medidas devem incluir um aumento da idade para a aposentadoria de muitos profissionais, a liberalização de determinadas profissões, e novos impostos sobre patrimônios privados.

O anúncio de segunda-feira será vital para que a Itália recupere sua credibilidade nos mercados financeiros, após várias promessas de reformas que foram descumpridas pelo governo conservador anterior.

A Itália é hoje um dos países mais endividados e com pior desempenho econômico do mundo. O país deve entrar em recessão no próximo ano, quando a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) prevê uma retração de 0,5% no PIB.

Uma fonte governamental disse que o pacote deve incluir cortes de € 2,5 bilhões nos gastos com saúde pública em 2012, e de € 5 bilhões a partir de 2013.

O limite para as transações em dinheiro, que atualmente é de € 2.500, provavelmente será reduzido para € 500, disse uma fonte.

Os ministros também cogitam elevar o imposto de renda sobre as maiores remunerações, além de aumentar as alíquotas que incidem sobre barcos e outros produtos de luxo.

As fontes ouvidas pela Reuters disseram também que um imposto habitacional (ICI) abolido no governo de Silvio Berlusconi será reintroduzido, o que deve gerar uma arrecadação adicional de pelo menos € 3,5 bilhões por ano.

REUTERS/FOLHA