O número de desempregados no Reino Unido aumentou, de agosto para outubro, em 128 mil, atingindo o total de 2,64 milhões, o maior número nos últimos 17 anos, segundo informou nesta quarta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês).
Apesar do aumento em números absolutos, o índice britânico de desemprego permaneceu estável em 8,3% nos três meses encerrados em outubro, na comparação com o trimestre anterior (de julho a setembro).
O número de beneficiários do auxílio desemprego subiu em 3.000 e atingiu 1,6 milhão, segundo a ONS.
Os jovens de entre 16 e 24 anos, com taxa de desemprego de 22%, foram mais uma vez os mais afetados. Com 54 mil novos desempregados, esta faixa etária soma agora 1,03 milhão de pessoas em busca de emprego, o que representa um recorde desde que esses dados começaram a ser registrados, em 1992.
O governo britânico espera inverter esta tendência com um novo plano de um bilhão de libras (€ 1,187 bilhão) anunciado no mês passado, que entrará em vigor em abril de 2012.
O número de mulheres desempregadas aumentou em 45 mil, o maior desde 1988.
Já a quantidade de trabalhadores no setor público, especialmente afetado pelo plano de ajuste imposto pelo primeiro-ministro David Cameron, caiu pela primeira vez desde 2003 para menos de 6 milhões.
O secretário do sindicato geral britânico GMB, Paul Kenny, disse nesta quarta-feira que a coalizão do governo, formada por conservadores e liberal-democratas, entregou um presente de Natal "miserável" ao país, com o aumento no número de desempregados e uma piora na qualidade de vida dos trabalhadores.
"O governo deveria buscar políticas que permitam criar empregos, algo que não está fazendo", disse Kenny.
O titular do Trabalho, Chris Grayling, admitiu que ainda que o aumento no número de desempregados seja uma má notícia, a alta do número de pessoas que recebem o auxílio desemprego não foi tão alto.
FOLHA