Um esquema de fraude fiscal no segmento gráfico, desmontado hoje em Curitiba, resultou em sonegação de R$ 153 milhões, sendo R$ 113 milhões aos cofres estaduais (ICMS) e cerca de R$ 40 milhões em tributos federais, informou o Ministério Público do Estado. O montante refere-se aos últimos cinco anos.
A operação foi deflagrada nesta quarta-feira pela Receita Federal e órgãos do Paraná. Empresas eram criadas, temporariamente, em nome de laranjas, com o objetivo de dificultar a cobrança de impostos.
Investigação feita pela Promotoria de Justiça de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária da capital paranaense durante dois anos mostrou que o núcleo da quadrilha ficava na região metropolitana de Curitiba e era formado por empresários, familiares e contadores - 79 empresas do segmento gráfico e outras 212 pessoas, residentes no Paraná, em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
A denominada "Operação Pirâmide de Papel" resultou em 12 mandados judiciais de prisão (temporária), sendo 11 no Paraná e um em Santa Catarina, e 101 mandados de busca e apreensão em empresas, escritórios de contabilidade e residências, nos quatro Estados. Estão sendo feitas notificações para que 70 pessoas, consideradas "laranjas", sejam ouvidas pelo Ministério Público, sendo 61 no Paraná.
O procurador de Justiça Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), contou que um dos mentores dos crimes era Paulo Roberto de Carvalho, da Indústria Gráfica Pirâmide, um dos presos na operação. A quadrilha criava diversas empresas na área gráfica em nome de laranjas, não pagava os tributos devidos e depois encerrava as atividades, deixando os débitos.
Dos presos, três foram detidos por porte ilegal de arma. Também foram apreendidos documentos e computadores. No Paraná, participam da operação 300 policiais militares, além de auditores da Receita Estadual e da Receita Federal.
VALOR/FOLHA