quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ucranianas do Femen dizem que foram abusadas por oficiais da Belarus


Três mulheres que fazem parte do grupo feminista ucraniano Femen retornaram a seu país natal provenientes de Belarus, onde afirmam terem sido capturadas e agredidas fisicamente por membros das forças de segurança da última ditadura europeia. As autoridades bielorrussas negaram as acusações das ativistas.

O trio de feministas - cujo grupo chama atenção pelas mulheres protestarem com pouca roupa sobre temas políticos e sociais - acusou autoridades de segurança bielorrussas de realizar suas detenções em um ato de retaliação por um protesto que realizaram na segunda-feira (19).

Na manifestação do início da semana era contra o regime autoritário perpetuado por Alexander Lukashenko, um ex-administrador de fazendas coletivas no poder desde 1994 que costuma promover a detenção de opositores.

A ativista do Femen Oksana Shechko, uma das feministas presas, disse que ela e duas colegas foram capturadas pelos oficiais e obrigadas a tirarem a roupa no meio de uma floresta, onde foram ameaçadas de morte e estupradas. Elas foram também manchadas com um tipo de tinta e tiveram o cabelo cortado com uma faca.

De acordo com um comunicado divulgado pela organização, os oficiais "vendaram os olhos das três e as mantiveram em um ônibus durante toda a noite" antes de levá-las a uma floresta, acrescentando que eles também ameaçaram queimá-las.

SAIBA MAIS

A organização feminista Femen, da Ucrânia, defende que tirar a roupa é uma forma de libertar a mulher, em um mundo em que, segundo elas, os homens as dominam por meio da exploração sexual.

Desde 2008, o grupo, que diz ter mais de 300 militantes apenas na Ucrânia, vem realizando manifestações por motivos diversos.

Apenas nos últimos meses, elas já protestaram contra a prostituição, o turismo sexual, o álcool, os cortes dos serviços sociais voltados para a população, contra projeto que prevê o aumento da idade de aposentadoria para as mulheres e contra o julgamento da ex-premiê ucraniana Yulia Tymoshenko.

FOLHA