sábado, 7 de janeiro de 2012

Corinthians fica apenas com 26% da venda de seus jogadores


Na gestão Andres Sanchez, o Corinthians foi o clube com as contratações mais impactantes do futebol brasileiro. Mas o fez sem necessariamente esvaziar os bolsos.

O time, que desde 2007 atraiu Ronaldo, Roberto Carlos, Adriano e Alex, entre outros, tem se reforçado com jogadores sem contrato ou que desembarcam no Parque São Jorge por meio de parcerias com fundos de investimento, clubes menores e agentes.

O negócio típico corintiano envolve a compra de uma parcela (às vezes, mínima) dos direitos econômicos do reforço. Ou a utilização de dinheiro de terceiros para concretizar a transferência.

O próprio balanço do clube mostra a dimensão que o "fatiamento" dos jogadores tomou no campeão nacional.

Dos R$ 59,4 milhões arrecadados pelo Corinthians com venda de direitos federativos entre janeiro e outubro do ano passado, só 26,2% ficaram com o próprio time.

Os outros R$ 43,8 milhões foram repassados para parceiros, muitos deles com cotas dos jogadores negociados maiores do que as do clube.

Em duas das três maiores vendas de 2011, a do volante Jucilei e a do meia Bruno César, o Corinthians foi sócio minoritário. Na de Dentinho, prata da casa, teve direito a menos da metade do valor.

Entre os parceiros que lucraram com esses negócios estão o banco BMG, o DIS (braço esportivo do Grupo Sonda) e o Corinthians-PR.

"No início da gestão Andres [em 2007], devido ao alto custo de direitos federativos, começamos a fazer aquisições junto com parceiros, que vocês [jornalistas] carinhosamente apelidaram de pizza", disse o diretor financeiro Raul Corrêa da Silva.

Segundo o cartola, o Corinthians possui atualmente uma fatia superior dos direitos dos jogadores do seu elenco do que a amostra das vendas da temporada passada dá a entender. Sua explicação é que as negociações feitas foram de casos excepcionais.

Mas essas exceções continuam se repetindo. O volante Paulinho, que apareceu na lista de desejos de Milan e Roma para a atual janela de transferências, é exemplo.

Em caso de venda, o clube paulista só ficará com 10% do total da negociação. BMG e Audax, time da rede Pão de Açúcar, dividirão o restante.

"É interessante para empresários e outros times terem parcelas dos direitos dos atletas do Corinthians", completou o diretor financeiro.

O fatiamento de jogadores não é exclusividade do clube. O próprio São Paulo, seu maior rival nos anos de presidência do mandatário licenciado, realizou a maioria das contratações dos últimos anos com ajuda externa.

Mas, ao contrário do Corinthians, que publica balanços periódicos no site oficial, não revelou quanto das vendas de 2011 foi para parceiros - o clube ganhou R$ 17 milhões.

FOLHA