George Soros, o bilionário investidor americano, disse na segunda-feira que a economia mundial enfrenta um ciclo deflacionário "vicioso", num momento em que os integrantes da zona do euro cortam fortemente as despesas para controlar seus déficits, o que coíbe a demanda e derruba os preços.
A zona do euro enfrenta um período de "austeridade draconiana" resultante das medidas que tem usado para enfrentar seus problemas com títulos de dívida soberana, mesmo se sobreviver à crise atual, disse Soros em discurso numa universidade financiada pelo bilionário empresário indiano Azim Premji.
Apesar de a zona do euro contar agora com uma autoridade fiscal centralizada, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, seus termos serão dominados por países credores como a Alemanha, disse Soros.
"Os credores é que vão mandar no sistema do euro [...] a Alemanha está ditando as regras que serão seguidas pelo tesouro europeu", disse ele.
A crise da zona do euro advém do uso do crédito soberano para substituir o declínio da oferta de financiamento comercial depois da crise financeira de 2008, disse o investidor nascido na Hungria e que ficou conhecido mundialmente por uma aposta de 1992 contra a libra esterlina que rendeu US$ 1 bilhão para seu fundo de hedge, o Quantum.
"O uso excessivo do crédito soberano é que pôs em xeque o crédito soberano", acrescentou.
A crise atual é ainda mais séria que o colapso financeiro de 2008, disse Soros, alertando que qualquer colapso nos bancos europeus terá consequências mundiais.
As economias emergentes serão menos afetadas pelos problemas na Europa que os países ricos, acrescentou.
WSJ AMERICAS/FOLHA
