quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

EUA celebram acordo da União Europeia para banir petróleo do Irã


Os Estados Unidos consideraram nesta quarta-feira como uma "notícia muito boa" o acordo preliminar alcançado pelos governos da União Europeia (UE) para proibir as importações de petróleo do Irã.

"É uma notícia muito boa e o resultado de muitas consultas entre Estados Unidos e os países da UE", disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland.

A resolução anunciada em Bruxelas por fontes diplomáticas enquanto os países europeus continuam debatendo sobre quando a medida entrará em vigor é "muito bem recebida e supõe um apoio ao objetivo perseguido pelo Congresso (dos Estados Unidos) quando aprovou a nova legislação no fim do ano" passado, acrescentou Nuland.

A porta-voz, que manifestou suas esperanças de que sejam aprovadas medidas ainda mais amplas, fazia referência às sanções aprovadas no último sábado (31) pelo presidente americano, Barack Obama, contra o banco central e o setor financeiro iraniano.

ACORDO

Mais cedo, governos do bloco europeu chegaram a um acordo preliminar para proibir importações de petróleo iraniano, mas ainda devem decidir quando tal embargo entra em vigor, disseram diplomatas.

O acordo, que elevou os preços do petróleo, foi fruto de negociações nos últimos dias de dezembro entre emissários da UE, disseram diplomatas.
Objeções à ideia, particularmente da Grécia, foram retiradas durante as conversações, segundo eles.

"Muito progresso foi feito", disse um diplomata da UE, em condição de anonimato. "O embargo, em princípio, está acordado. Não está mais sendo debatido".

Uma proibição europeia ao petróleo iraniano seria parte das medidas em conjunto do Ocidente para pressionar Teerã a abandonar seu programa nuclear, com o qual muitos governos se preocupam pelo possível desenvolvimento de uma bomba atômica. Teerã diz que seus objetivos são pacíficos.

Os Estados Unidos impuseram novas sanções na véspera do Ano Novo, para reduzir o número de instituições financeiras que trabalham com o banco central do Irã, fora do sistema financeiro norte-americano, bloqueando assim a principal fonte de pagamentos para o petróleo de Teerã.

A Europa começou a preparar um novo impulso contra os setores financeiro e de energia do Irã em dezembro, com o objetivo de ter um acordo de sanções até o final de janeiro.

TECNOLOGIA

Uma proibição das exportações de tecnologia relacionada ao petróleo para o Irã, e outras medidas contra o envio de petróleo também estão em discussão, segundo os diplomatas.

Eles disseram que ainda há um debate entre os governos da Europa sobre executar a proibição imediatamente após ser acordada, ou se deviam esperar alguns meses.

Alguns Estados membros da UE estão preocupados com o impacto econômico de um embargo em um momento em que a Europa luta contra problemas massivos de dívida.

A Grécia, em particular, hesitou, mas fontes do governo grego disseram na terça-feira que Atenas não seria desleal a seus parceiros da UE nesta questão.

ALTA DOS PREÇOS
As tensões entre o Ocidente e o Irã - segundo maior produtor da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) - já elevaram os preços do petróleo.

Nesta quarta-feira, o preço do barril do Brent subiu mais de um dólar ante o fechamento anterior, para o pico da sessão, perto de US$ 114, após as notícias de que os europeus concordavam em banir o petróleo iraniano.


O Irã fornece um total de cerca de 450 mil barris por dia aos Estados-membros da UE, tornando o bloco coletivamente o segundo maior mercado para o petróleo iraniano, após a China.

O Comissário de Energia da UE, Guenther Oettinger, disse que caso houvesse uma proibição às importações iranianas, a oferta poderia ser obtida de qualquer outro lugar, principalmente do líder da Opep, a Arábia Saudita.

FOLHA