quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Kodak pede concordata para reorganizar seus negócios


A centenária companhia fotográfica Eastman Kodak apresentou no tribunal de Nova York pedido de concordata para reorganizar seus negócios.

A lei de falências americana permite a companhias em crise reorganizar as contas por um período.

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A empresa pretende reforçar agora a liquidez nos EUA e no exterior, conseguir levantar recursos com a venda de patentes e ativos, solucionar a situação das dívidas e concentrar-se nos negócios mais competitivos.

As dívidas da Kodak somavam US$ 6,75 bilhões em setembro, ante ativos de US$ 5,1 bilhões e o último lucro da companhia foi registrado em 2007.

Fundada em 1888 e com sede em Rochester (Nova York) , a empresa enfrentou dificuldades para se adaptar ao desenvolvimento de novas tecnologias no setor. Cerca de 47 mil funcionários foram dispensados desde 2003 e seu valor de mercado caiu de US$ 31 bilhões há 15 anos para menos de US$ 150 milhões.

A contratação do espanhol Antonio Perez - antes gestor da Hewlett-Packard -- para o cargo de diretor-executivo, foi uma tentativa de entrar com força no negócio de impressoras, uma estratégia que se mostrou muito custosa e de pouco resultado.

"O conselho de administração e a diretoria acreditam que esse é um passo necessário e a coisa certa a se fazer para o futuro da Kodak", afirmou Perez em comunicado.

A companhia firmou um acordo com o Citigroup para um aporte de US$ 950 milhões, com prazo de 18 meses, o que permitirá aumentar sua liquidez.

No comunicado, a Kodak assinalou que, apesar do pedido de concordata, tem capacidade suficiente para gerir seus negócios e prestar serviços a seus clientes "normalmente". A expectativa é concluir a reestruturação no próximo ano.

A empresa espera pagar dívidas e salários ao seus 17 mil funcionários e dar continuidade a programas de relacionamento com clientes.

A quebra da companhia já era esperada pelo mercado e os rumores sobre essa possibilidade fizeram as ações da sociedade caírem até 30% no último dia 4, chegando a valer US$ 0,46. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa acumulou desvalorização de 91,53%.

Ontem, as ações da sociedade fecharam a US$ 0,55, com uma recuperação de 3,77%.

FOLHA