segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tendas da prefeitura ajudam moradores de rua em São Paulo


Tendas da Prefeitura de São Paulo oferecem auxílio a moradores de rua no parque Dom Pedro, centro da capital.

No local, é possível tomar banho (as filas chegam a meia hora), ver TV, jogar bilhar e receber orientação de assistentes sociais. Foram criadas em 2009, e as atividades são gratuitas.

Na manhã de ontem, 300 pessoas ocupavam o local, nenhum egresso da cracolândia, disse Jair Marques da Silva, 36, um dos educadores que trabalham nas tendas.

"É fácil reconhecer quando vem um. Eles têm o olho vidrado, estão sem tomar banho há dias. Só vi um ou outro desde que a polícia começou [a operação] lá".

Quem procura as tendas geralmente é dependente de álcool e drogas (crack principalmente) que vive na região do parque. Há também famílias sem teto, pessoas com problemas psiquiátricos e até procurados pela polícia.

Ontem, os banheiros químicos estavam sujos, com fezes sobre os vasos. 

O local é limpo todo dia, segundo o estabelecimento, mantido pela ONG Aliança de Misericórdia.

Havia quem dormisse no chão, estirado sobre papelão, e grupos a papear. Aos sábados à tarde há partidas de futebol em um campinho.
Jair é uma espécie de juiz da tenda. Ele monitora o grupo para evitar brigas e uso de droga e álcool (proibidos).

A impressão é que uma divisão frágil separa a tranquilidade do caos. Os moradores de rua, quando embriagados, falam alto e desafiam uns aos outros.

A Folha viu um dos conviventes, como são chamados, exibir um celular que havia acabado de roubar de um "boyzinho". A mercadoria é quase sempre trocada por droga, diz o educador.

Morador de rua desde que se viciou em cocaína e álcool, Cléber Luiz dos Santos, 24, dorme no largo São Francisco e é conhecido por ser o melhor jogador do campinho. "Aqui pelo menos dá para tomar banho, ficar sossegado".

FOLHA