quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um dia após cirurgia, Cristina se recupera bem e sem complicações


Um dia após ter passado por uma cirurgia para a retirada de um tumor na glândula tireoide, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, recupera-se bem e sem complicações, informou o nesta quinta-feira o porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro.

De acordo com o jornal argentino "Clarín", a presidente está "com um ânimo muito bom" e cumpre o primeiro dia de pós-operatório sem complicações.

As informações constam no segundo boletim médico emitido pela equipe do Dr. Pedro Saco, cirurgião responsável pela operação de Cristina.
O governo adiantou ainda que os exames laboratoriais divulgados estão dentro dos "parâmetros normais" e que a mandatária "tem descansado normalmente, tem começado a se alimentar, a caminhar, e se encontra de muito bom ânimo".

Seus filhos Máximo e Florencia Kirchner e sua cunhada Alicia estão em quartos conjugados ao dela no hospital.

A expectativa é de que a líder tenha alta do Hospital Austral no sábado, embora sua licença para o tratamento do câncer dure até o dia 24 de janeiro.

O câncer de Cristina foi diagnosticado em dezembro, após exames de rotina. Ela deve ficar três semanas afastada do Executivo para recuperação e repouso. Nesse período, seu vice, Amado Boudou, assumirá a Presidência.

CIRURGIA

Ontem (4), o governo argentino confirmou que a cirurgia para a retirada de um tumor na glândula tireoide foi bem-sucedida e ocorreu sem qualquer incoveniente.

De acordo com o comunicado do governo, "a cirurgia se realizou sem nenhum inconveniente ou complicações" e a cirurgia durou três horas e meia, como estava previsto.

As informações foram divulgadas pelo porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro, que agradeceu ainda o apoio do povo argentino.

Desde a noite anterior ao procedimento no Hospital Austral, simpatizantes faziam fila em frente ao local, com cartazes dizendo "Força Cristina".

A presidente chegou de helicóptero ao hospital localizado na região metropolitana de Buenos Aires, para a retirada de um câncer na glândula tireóide. O tumor foi diagnosticado em dezembro, após exames de rotina.

A mandatária saiu da residência oficial argentina, em Olivos, e deu entrada no hopital sem passar pela portaria do centro de saúde, onde partidários faziam vigília.

A operação deve durar entre duas ou três horas. Segundo o jornal "Clarín", fontes do governo afirmam que toda a glândula, que possui um tumor do lado direito, deverá ser retirada.

VIGÍLIA

Durante toda a noite, partidários da Juventude Peronista e do grupo La Cámpora, que compõem a base de apoio ao governo, fizeram vigília na porta do hospital. A manifestação de apoio, com cartazes, foi organizada por um dos filhos da presidente, Máximo Kirchner.

Simpatizantes começaram a se reunir na terça-feira pela manhã em frente ao hospital.

Foi iniciada também uma campanha da juventude do Partido Justicialista (peronista), do governo, para que a população doe sangue em hospitais públicos em demonstração de solidariedade e apoio à chefe do Estado.

Os médicos afirmam que Cristina sofre de um dos tipos de câncer com boas previsões de cura. Por isso ela poderá se recuperar plenamente e levar uma vida normal depois de se submeter à operação, a cargo de Pedro Saco, um dos maiores especialistas do país.

Cristina Kirchner, que foi eleita pela primeira vez em 2007, venceu as eleições presidenciais de outubro com 53,07% dos votos.

AMÉRICA LATINA

Ela é a quinta líder da América Latina a ser acometida pela doença nos últimos anos. Antes dela seu colega paraguaio, Fernando Lugo, a atual presidente brasileira, Dilma Rousseff, o venezuelano Hugo Chávez e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já haviam lutado contra a enfermidade.

Veja mais detalhes:

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

O ex-presidente brasileiro (2003-2010) de 66 anos, foi diagnosticado com um tumor na laringe no fim deste ano, quando começou um tratamento de quimioterapia. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), este é o tipo mais comum de câncer entre os homens e representa 25% dos tumores malignos que atingem a região da cabeça e pescoço.


DILMA ROUSSEFF

A presidente do Brasil, de 63 anos, foi diagnosticada ainda em 2009 com um câncer no sistema linfático, e desde setembro do mesmo ano, após tratamentos, foi considerada curada. Ela assumiu o poder em janeiro de 2011.

FERNANDO LUGO

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, de 60 anos, foi diagnosticado em agosto de 2010 com um linfoma de Hodgkins, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Após submeter-se a seis sessões de quimioterapia em São Paulo e em Assunção, sua equipe médica disse que os tumores haviam desaparecido. Eleito em 2008 com um mandato de cinco anos, ele deve ficar no poder até agosto de 2013.

HUGO CHÁVEZ

O presidente da Venezuela, de 57 anos, foi diagnosticado com câncer no fim de junho deste ano. Sem precisar exatamente ao público de que tipo de câncer sofria, e em que local específico se seu corpo estava o tumor, o líder limitou-se a dizer que passou por uma cirgurgia em Havana no dia 20 de junho para a retirada do tumor maligno.

Em outubro Chávez disse que, após submeter-se a quatro sessões de quimioterapia, em Havana e Caracas, tinha bons resultados de sua recuperação. No poder desde 1999, o líder pode concorrer em 2012 a um terceiro mandato de seis anos.

FOLHA