segunda-feira, 30 de abril de 2012

Em meio a falhas, Cine PE começa com jeito de festival de rock


Nos seus primeiros dias, a 16ª edicão do Cine PE podia ser facilmente confundida com um festival de rock - e não de cinema.

A plateia, que sempre comparece em peso, não decepcionou, chegando a ocupar as laterais do Teatro Guararapes, em Olinda. O fundo da sala, onde ficam os banheiros, servia ponto de encontro de amigos e de lugar especial para os abraços de namorados.

Quem chegava mais cedo guardava o lugar nas melhores cadeiras, tirava fotos com os amigos e chamava outros ao acenar com o celular ligado antes das exibições.

A festa ficou completa com a programação escolhida pelo festival, que privilegiou longas que, mesmo não sendo musicais, traziam o pop em seu DNA.

Caso de "À Beira do Caminho", que abriu com problemas de som na quinta-feira (26), mas foi reprisado para um cinema abarrotado no sábado (28). As músicas de Roberto Carlos embalaram os casais - velhos e novos- no evento.

A falha técnica que assombra festivais de música reapareceu no domingo, quando a exibição do longa paulistano "Boca", de Flávio Frederico, foi suspensa após meia hora. Os rolos foram trocados e o fim do filme entrou na primeira metade da projeção. Uma nova sessão será feita pela organização nesta terça (1º), às 16h30, com entrada gratuita, no Teatro dos Guararapes.

Na sexta (27), a música eletrônica de "Paraísos Artificiais" dominou a sala e foi recebida com aplausos entusiasmados. "Sou apaixonada por música eletrônica. Trato DJ como se fosse uma banda", conta Livia de Bueno, que faz a namorada de uma DJ em ascensão interpretada pela global Nathalia Dill. "Sou mais do rock. Adoro Nirvana", revela a atriz, atualmente protagonista da novela "Avenida Brasil".

Nem do rock, nem da eletrônica, o cantor e compositor Jorge Mautner virou a grande atração do fim de semana do festival.

Primeiro, fazendo parte do curta pernambucano "Maracatu Atômico - Kaosnavial", que mostrou o encontro de Mautner com o mestre Duda, um dos principais "guerreiros" de maracatu, um gênero musical típico do Estado.

Como uma boa banda de abertura, o curta serviu para aquecer o público para o longa em competição, "Jorge Mautner - O Filho do Holocausto", de Pedro Bial e Heitor D'Alincourt. Nos créditos, com em um bom bis, o público acompanhou a música com palmas e, em seguida, aplaudiu Jorge Mautner de pé.

Para não dizer que o cinema foi deixado de lado, os diretores Fernando Meirelles e Cacá Diegues e o ator Ney Latorraca foram homenageados pelo conjunto da obra. "Estou carente. Me aplaudam", pediu Latorraca, guiando o público com as mãos. Mais rock'n'roll, impossível.

FOLHA