sábado, 21 de abril de 2012

Premiê da Geórgia oferece país como 'hub' para empresas brasileiras


A Geórgia quer ser um ponto de conexão das empresas brasileiras com as regiões do Cáucaso e da Ásia Central. Foi essa a mensagem que o primeiro-ministro do país, Nika Gilauri, veio trazer nesta semana ao Brasil.

"Muitas empresas brasileiras têm comercializado seus bens e serviços na nossa região. Oferecemos um ambiente especial para as empresas estabelecerem suas bases na Geórgia e depois crescerem para o resto da região", disse Gilauri à Folha na última quarta-feira em São Paulo, depois de passar por Brasília, onde foi recebido pelo vice-presidente Michel Temer.

Uma das vantagens, segundo o premiê, seria logística. "A Geórgia é um tipo de hub para muitos países próximos, porque temos acesso ao mar e portos [no mar Negro], ao contrário de países como Armênia, Azerbaijão e os da Ásia Central, como Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Turcomenistão".

Gilauri também aponta a baixa carga tributária e os acordos de livre comércio da Geórgia com países da região como outros atrativos.

"Começamos as conversas sobre um acordo livre comércio também com a União Europeia, e eu espero que, no fim de 2013, já teremos assinado esse acordo", disse, destacando que empresas que produzirem parte de seu produto no país poderiam ser eventualmente beneficiadas com o livre comércio.

O Mercosul está negociando um acordo de livre comércio com a UE, mas não há previsão de quando ele deverá entrar em vigor.

O comércio do Brasil com a Geórgia em 2011 foi de apenas US$ 211 milhões (equivalente a menos de 10% do fluxo entre o Brasil e a vizinha Turquia), sendo 99,5% de exportações brasileiras.

Os principais produtos exportados pelo Brasil para a região são agrícolas -açúcar, café, soja - e carne. O premiê, contudo, acredita que há espaço para empresas de setores farmacêuticos, de energia e até aeronáutico, como a Embraer.

"Sentimos que a Embraer tem se tornado bastante global e muito ativa na nossa região, então por que não estabelecer algum tipo de centro de serviços na Geórgia?", propôs Gilauri, que se encontrou no mesmo dia com o presidente do braço comercial da Embraer, Paulo César de Souza e Silva.

A empresa já tem negócios com companhias aéreas da Ucrânia, Cazaquistão e Moldávia. Questionada pela Folha sobre os interesses na proposta da Geórgia, a Embraer disse apenas que está "sempre à procura de novas oportunidades".

FOLHA