sexta-feira, 15 de junho de 2012

Estudantes da Unifesp ficarão na carceragem da PF em São Paulo


Os 22 estudantes detidos na noite de quinta-feira (14) no campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) não serão transferidos para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, nesta sexta-feira. A Polícia Federal informou que o grupo permanecerá na carceragem da Superintendência da PF na Lapa, zona oeste.

A assessoria de imprensa da PF, porém, não confirmou se foi realizado um acordo com os manifestantes ou se não houve tempo para o envio da documentação necessária para a transferência. A PF também não disse até quando eles devem ficar na Superintendência.

Cerca de 25 estudantes foram detidos na noite de ontem no campus de Guarulhos, após uma manifestação que resultou em confronto entre estudantes e policiais militares. Eles pediam pelo fim da repressão e melhorias no campus da universidade.

Em coletiva na tarde desta sexta, a reitoria da Unifesp informou que abriu um processo administrativo para apurar de quem são as responsabilidades pela confusão.

Durante toda a manhã os 25 detidos, além de PMs e funcionários da universidade foram ouvidos na sede da Polícia Federal. Dos 25, três estudantes foram liberados por volta das 15h30.

Estudantes da universidade estão desde a madrugada de hoje em frente a sede da Polícia Federal pedindo pela liberdade dos colegas.

De acordo com nota da PM, professores e funcionários acionaram a polícia e afirmaram que os estudantes tentavam invadir o prédio "de forma violenta". Quando os policiais chegaram no local, foram recebidos com pedras e pedaços de madeiras.

Segundo estudantes da universidade, o grupo chegou a invadir o prédio por alguns minutos, mas saiu logo em seguida. Imagens divulgadas pela PF mostram as paredes do prédio da diretoria pichadas e os vidros quebrados.

Em nota, a Unifesp afirmou que os estudantes "intimidaram" o diretor acadêmico e professores que estavam no prédio e "depredarem as instalações do campus aos gritos de ocupação".

A universidade informou que "está procurando, de todas as formas, solucionar os problemas e recolocar o campus Guarulhos em situação de normalidade" e acrescentou que "a invasão do campus, com depredação do patrimônio público e constrangimento ilegal não é forma de manifestação ou reivindicação".

Uma perícia do prédio da diretoria foi feita para constatar os danos ao patrimônio da universidade, segundo a PF.

Dentre os 22 estudantes presos e indiciados, 14 deles já haviam sido detidos na PF no dia 6, quando aconteceu a reintegração de posse do campus da universidade. À época, eles assinaram um termo por desobediência a uma ordem judicial e foram liberados.

FOLHA