segunda-feira, 23 de julho de 2012

Morre Aloísio Teixeira, ex-reitor da UFRJ


RIO - Faleceu na manhã desta segunda-feira, vítima de um ataque cardíaco, o ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Aloísio Teixeira, aos 67 anos. Ele passou mal em casa e chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu. Teixeira era professor titular do Instituto de Economia da instituição, onde ingressou em 1981, e exerceu o cargo de dirigente máximo da instituição entre 2003 e 2011. O corpo será velado até às 18h no átrio do Fórum de Ciência e Cultura, no Palácio Universitário da Praia Vermelha. A cremação será realizada nesta terça-feira, às 10h30, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Em nota de pesar, o atual reitor Carlos Levi disse que “o professor Aloísio imprimiu à UFRJ a marca do diálogo, da preocupação com o acesso universal ao Ensino Superior e, sobretudo, da reflexão, características de sua longa trajetória na administração pública e no ensino. Para ele, as Ciências Humanas e Sociais deveriam ter a centralidade no processo de reestruturação da Universidade, instituição indispensável para a construção de um projeto nacional sólido para a nação”. Levi foi pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da universidade durante a gestão de Teixeira.

Filho do Brigadeiro Francisco Teixeira, subchefe do Estado Maior das Forças Armadas durante do governo João Goulart e um dos principais opositores militares ao Golpe de 1964, o professor se formou na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro em 1978. Cinco anos depois, obteve o título de mestre pela UFRJ. Ele concluiu o doutorado em 1993, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob orientação da professora Maria da Conceição Tavares.

Teixeira foi protagonista de um dos episódios mais polêmicos da história da UFRJ. Em 1998, foi o mais votado na eleição para reitor da instituição, mas o então ministro da Educação, Paulo Renato Souza, decidiu nomear o terceiro colocado no pleito para o cargo, José Henrique Vilhena. A indicação iniciou um grande conflito interno na instituição, com a ocupação do prédio da reitoria e conflitos constantes entre Vilhena e os estudantes.

Em 2003, um ano após tomar posse, Carlos Lessa renunciou ao cargo de reitor para assumir a presidência do BNDES, no início do primeiro mandato do presidente Lula. Uma nova eleição foi realizada e Aloísio Teixeira saiu vitorioso. Desta vez, o ministro da Educação na época, Cristovam Buarque, optou por seguir a indicação da instituição.

A sua gestão à frente da UFRJ foi marcada pelo alinhamento junto ao Ministério da Educação (MEC) dos anos Lula. Nos seus mandatos, a universidade aderiu ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e aprovou substituição do vestibular próprio pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do MEC. Entre suas principais conquistas, estão a recuperação da posse do terreno onde funcionava o Canecão e um bingo, em Botafogo, e a criação de um Plano Diretor com metas até 2020.

Teixeira deixa a esposa, a economista Beatriz Azeredo, cinco filhos e quatro netos.

O GLOBO