segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Focus: mercado eleva inflação e reduz crescimento, de novo

SÃO PAULO — O mercado manteve a projeção de que a Selic encerrará este ano a 7,25%, após o Banco Central reiterar que, se houver espaço, uma nova redução dos juros será feita com "máxima parcimônia", mostrou a pesquisa Focus, da autoridade monetária, divulgada nesta segunda-feira. Em agosto, o Copom reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 7,50%, e na ata de sua última reunião, divulgada na semana passada, demonstrou maior preocupação com os preços no curto prazo por conta da alta dos produtos agrícolas.

Assim, o BC não vê mais a inflação convergindo para a meta neste ano. A expectativa dos analistas para 2012 também está longe do centro da meta de 4,5%, uma vez que eles agora preveem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2012 em 5,245, ante 5,20%o na semana anterior. Essa foi a nona vez seguida em que a projeção para a inflação foi elevada na pesquisa realizada pelo Banco Central.

Na semana passada, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto reforçou ainda mais a expectativa de que o ciclo de redução da taxa de juros está chegando ao fim ao registrar avanço de 0,41%, acelerando a alta no acumulado em 12 meses para 5,24%.

O Focus mostrou ainda que, para o fim de 2013, a projeção sobre a Selic foi reduzida para 8,25%, contra 8,50% anteriormente. Para a inflação no ano que vem, a projeção foi elevada a 5,54%, ante 5,51%.

Já a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 foi reduzida no Focus pela sexta vez, passando a 1,62% após 1,64% na semana anterior. Para 2013, a projeção foi mantida em 4%.

A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano, quando comparada com o primeiro trimestre, com destaque positivo para a agropecuária e preocupante queda dos investimentos e recuo da indústria, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa Focus desta segunda-feira indicou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano a R$ 2.

O GLOBO