quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Alckmin diz que ordem da PM poderia descrever suspeito 'loiro' ou 'asiático'

Um comandante da Polícia Militar em Campinas (SP) determinou, em uma ordem assinada em dezembro do ano passado, que seus agentes abordassem jovens de "cor parda e negra" em rondas na região de Taquaral. A medida, divulgada ontem pelo jornal Diário de S.Paulo, provocou polêmica, devido à discriminação da cor das pessoas suspeitas de assaltos naquela área. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manifestou sobre o assunto nesta quinta-feira, 24.

Para ele, o caso não indica racismo, por se tratar apenas da caracterização física de um grupo específico de supostos criminosos e que, se fosse o caso, ela poderia indicar um suspeito "loiro" ou "asiático".
"O que houve foi um assalto ocorrido num bairro. Você tem um suspeito feito pelas características. É como se dizer: 'Olha, teve um assalto aqui e o suspeito é um loiro, uma pessoa loira, ou o suspeito é uma pessoa japonesa, asiático'. Enfim, o suspeito era uma pessoa de cor parda", afirmou Alckmin. "Mas (esse foi) um caso específico, onde havia um suspeito. Não há nenhuma forma de discriminação", ressaltou o governador, acrescentando que se fosse constatado preconceito, "a punição seria rigorosíssima".
Mas representantes de entidades de direitos humanos, como a Educafro, enxergam discriminação na medida. A entidade entregou ontem à Secretaria da Segurança Pública uma carta em que cobra explicações sobre a ordem emitida pelo capitão Ubiratan Beneducci, comandante da 2ª Companhia do 8º Batalhão da PM em Campinas.
ESTADÃO