sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Criação de vagas formais em 2012 é a menor em 3 anos


BRASÍLIA - O total de vagas formais de trabalho criadas em 2012 foi o menor em 3 anos. O número líquido - admissões menos demissões - ficou em 1.301.842, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na manhã desta sexta-feira, 15, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com ajuste sazonal, o resultado representa uma queda de 33,05% sobre o ano anterior, quando foram criadas 1.944.560 vagas.
A pior marca anterior havia sido registrada em 2009, quando foram criadas 1.296.233 novas vagas com carteira assinada.
O setor de serviços foi responsável pelo maior número de vagas criadas. Ao todo, foram 666.160 postos de trabalho, seguido pelo comércio, que criou 372.368 vagas, e pela construção civil, com 149.290.
A indústria de transformação foi responsável pela criação de 86.406 vagas; a indústria extrativa mineral, por 10.928; serviços industriais de utilidade pública, por 10.223; a agricultura, por 4.976; e a administração pública, por 1.491.
O Sudeste foi a região que mais criou empregos formais no período. O número de novas vagas com carteira assinada nos quatro Estados da região foi de 655.282, pouco mais da metade dos 1.301.842 postos de trabalho criados em todo o País. O crescimento de vagas no Sudeste foi de 3,20%.
Em segundo lugar, a região Sul criou 234.355 empregos formais no ano passado, com uma expansão de 3,41%. Já o Nordeste, com 190.367 novas vagas, registrou um crescimento de 3,15% na base de trabalhadores com carteira assinada.
Embora em termos absolutos tenham tido resultados menos expressivos, as regiões Centro-Oeste e Norte registraram as maiores expansões em porcentual. No Centro-Oeste, as 150.539 novas vagas de emprego significaram um aumento de 5,33% no número de trabalhadores empregados. E no Norte, os 71.299 postos de trabalho criados em 2012 aumentaram a base de pessoas trabalhando em 4,20%.
São Paulo foi o Estado com maior resultado em 2012, com 336.398 novas vagas no ano, seguido por Rio de Janeiro (148.797), Minas Gerais (145.292), Paraná (89.139) e Rio Grande do Sul (81.804).
"O ministério espera que, com as medidas tomadas pelo governo, o patamar de geração de empregos possa voltar a 2 milhões em 2013", afirmou o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, citando as desonerações da folha de pagamento e de outros tributos, incluindo as recentes medidas de barateamento do custo da energia elétrica.
Segundo Torelly, o objetivo de 2 milhões de empregos no ano também considera as vagas computadas na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que abrange o funcionalismo público. Levando-se em conta apenas o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a expectativa da pasta é de cerca de 1,750 milhão de novos empregos em 2013.
Dezembro
No mês de dezembro, o saldo líquido de vagas ficou negativo 496.944. Trata-se do pior resultado desde 2008. Em relação ao último mês de 2011, a piora foi de 17,86%, sem ajuste. Já na comparação com ajuste - que considera as declarações enviadas fora do prazo em dezembro de 2011 - a piora foi de 19%.
O resultado de dezembro foi pior que o estimado por instituições do mercado financeiro consultadas pelo AE Projeções. As previsões iam de queda entre 320.000 e 450.00, com mediana negativa de 395.000.
Neste mês, apenas um setor registrou saldo positivo de geração de empregos: comércio, com 3.165 vagas. Os demais registraram saldo negativo. A indústria de transformação fechou 178.143 vagas; serviços, -116.751; construção civil, -91.814; agricultura, -83.127; administração pública, -27.716; serviços industriais de utilidade pública, por -912.
Embora tenha sido a região que mais criou empregos em todo o ano passado, o Sudeste também foi a que mais perdeu postos formais de trabalho em dezembro. O número de vagas com carteira assinada nos quatro Estados da região caiu 267.328 no último mês de 2012.
No mesmo período, a região Sul registrou saldo negativo de 102.497 postos de trabalho, seguida por Centro-Oeste (-47.660), Nordeste (-50.705) e Norte (-28.754).
Em dezembro, São Paulo liderou a redução de vagas formais, com perda de 185.287 empregos com carteira assinada. Em seguida, aparecem Minas Gerais (-57.042), Paraná (-43.271), Santa Catarina (-31.355) e Rio Grande do Sul (-27.871).
ESTADÃO