terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o presidente da Venezuela Hugo Chávez


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira em Caracas, após sofrer "complicações" devido ao agravamento de uma infecção respiratória adquirida durante seu tratamento contra o câncer.
O mandatário vinha fazendo viagens regulares a Havana para receber tratamento. Na última delas, em dezembro de 2012, já temendo o pior, reconheceu a precariedade de seu estado de saúde e apontou seu vice, Nicolás Maduro, como principal sucessor político.
Ele foi submetido à quarta cirurgia relacionada ao câncer no dia 11 de dezembro. Poucas informações foram divulgadas sobre o procedimento, exceto que durou seis horas e o presidente perdeu muito sangue. A operação foi considera "exitosa", mas desde então Chávez não foi mais visto publicamente.
Porém, o quadro de saúde do presidente se agravou, evoluindo para uma insuficiência respiratória. Autoridades do país abandonaram o tom otimista que vinham usando nos comunicados anteriores sobre a saúde de Chávez e pediram orações da população.
Uma crise política tomou forma em Caracas com a aproximação do dia 10 de janeiro - a data marcada para que Chávez tomasse posse de seu próximo mandato. A oposição fez pressão para que a Presidência fosse cedida ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello - que deveria organizar um novo pleito, segundo a Constituição.
A maioria chavista venceu o embate e a posse fosse adiada indefinidamente.
Nesta terça-feira, o governo convocou os venezuelanos para rezarem por Chávez em frente ao hospital onde o mandatário estava internado. No início da noite, o vice-presidente Nicolas Maduro discursou confirmando a morte de Chávez.

Sucessor


Uma vez que a Justiça autorizou a continuidade do governo chavista mesmo sem a posse oficial do presidente, ainda não está claro como ocorrerá a sucessão na Venezuela.
Diferentemente de Chávez, Maduro não foi eleito, logo oposicionistas podem exigir a realização de novas eleições. Maduro foi chanceler da Venezuela por pouco mais de seis anos, até ser escolhido por Chávez para vice-presidente – substituindo Elisas Jaua, que deixou o governo para concorrer nas eleições regionais.
Segundo analistas, o processo de sucessão pode sofrer influência do setor militar do país. "Aqui há uma revolução militar que deve ser permanente e não pode ser detida", disse Maduro no último dia 28.
A oposição no país permanece fragmentada. O candidato mais provável para enfrentar o chavismo em um novo pleito é Henrique Capriles, reeleito no ano passado governador do Estado de Miranda.
Porém, parte da oposição o critica, dizendo que não teve força para assumir a liderança e não possui carisma suficiente para enfrentar os partidários de Chávez. Essa fragmentação abre a possibilidade para que outros oposicionistas disputem com Capriles uma eventual candidatura presidencial.
Mas isso também é sintomático de outro grande problema que impediu a oposição de levantar a cabeça: há partidos sem postulantes, e postulantes sem partidos.Ou seja, a oposição venezuelana segue sendo uma grande massa disforme de agremiações e pessoas disputando cotas de poder ou mera influência.
BBC BRASIL