Andréia Sadi
Folha
Folha
Temendo uma reedição do panelaço durante fala de Dilma Rousseff na
TV, integrantes do governo avaliam cancelar o tradicional pronunciamento
da presidente no 1º de maio, Dia do Trabalho.
A Folha apurou que
auxiliares da presidente sugerem que ela só se exponha quando a crise
política e econômica arrefecer, o que, na avaliação deles, não
acontecerá no curto prazo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o marqueteiro João Santana
e o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação) são alguns dos
que defendem que a presidente não discurse. Dilma ainda avalia a
questão.
Em entrevista em abril, Edinho disse que a petista não se assustaria
com protestos contra sua administração. Para que a data não passe em
branco, uma ideia é que a presidente faça algum anúncio em evento
oficial e deixe a fala na TV para um ministro.
A PRIMEIRA VEZ
Se o pronunciamento não ocorrer, será a primeira vez que Dilma não
irá à televisão no 1º de maio desde que assumiu o governo, em 2011.
Em sua estreia, ela anunciou o programa “Brasil Sem Miséria”. No ano
seguinte, atacou bancos e cobrou a redução de juros. Em 2013, ela falou
na televisão que estava comprometida com o combate à inflação.
No ano passado, meses antes da eleição, a petista anunciou ajuste de
10% no Bolsa Família. O pronunciamento foi alvo da oposição, que
classificou a fala da petista de propaganda antecipada.
O Planalto foi surpreendido com panelaços no pronunciamento de Dilma
na TV no Dia Internacional da Mulher. Para petistas, o discurso turbinou
manifestações uma semana depois.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O clima no Planalto/Alvorada é de fim de festa, desânimo total, ninguém consegue enxergar uma luz no fim do túnel. Pelo contrário, as perspectivas são sombrias e sinistras. Até o marqueteiro está em baixa e ninguém acredita mais em seus truques e efeitos especiais. Nenhum ministro quer assumir o tradicional discurso do 1º de maio, que Getúlio Vargas iniciava com “Trabalhadores do Brasil”, carregando no sotaque gaúcho. Desta vez, a decepção do povo é tão grande que qualquer político que se atrever a aparecer na TV em cadeia nacional vai encarar um superpanelaço. E os ministros estão conscientes desta realidade. (C.N.)
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