Vittorio Medioli
O Tempo
O Tempo
Comemora-se hoje, 3 de maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Fundamental para a democracia, é alavanca dos principais avanços
sociais. Imprescindível. A divulgação correta das informações, a
circulação das opiniões que se alicerçam sobre pressupostos de boa-fé e
exercício do livre pensamento servem de oxigênio à civilização.
Sem isso voltaríamos ao feudalismo. Para a mesma acintosa tirania que
fez com que a realeza portuguesa proibisse, há menos de 200 anos, a
impressão de qualquer opúsculo em território brasileiro. Pena: a morte.
Fórmula tosca para anular expressões que não fossem do rei. Proibidas
eram as escolas, a alfabetização e até o trânsito nos portos, nas
estradas e nos rios que ligavam as regiões do país. Só o movimento da
Inconfidência iniciou a quebra dos grilhões usando seu sangue para
escrever essa página da história: libertas quae sera tamen(liberdade mesmo que tardia).
Embora a imprensa indecente apareça e desapareça ao ritmo de suas
traições, a mais qualificada hoje enfrenta as das redes sociais. Justo.
Quem publica uma versão fajuta corre o risco de receber no dia seguinte
uma saraivada de críticas e sucumbir debaixo de chacotas. Perder a
credibilidade para um veículo é como perder a juventude para um modelo
fotográfico. Não se reconstitui, não compensa.
O acesso às redes levou a mídia mais equilibrada a se valorizar e
ganhar espaço. A ser atraente como a flor-de-lótus que cresce no
indecifrável repositório.
AUMENTO DE VENDAS
O jornal O Tempo, fundado por mim há 19 anos com o objetivo de
fornecer uma informação de qualidade ao leitor, ao contrário da
tendência mundial de diminuição de tiragem de todos os meios impressos
(alguns restringindo-se apenas à versão digital), tem aumentado suas
vendas.
Impulsionado pela credibilidade, é o único impresso no Brasil
que registrou aumento de vendas “em papel” em 2014.
Junto com seu irmão mais novo, o popular Super Notícia, que fundei em
2002, há 13 anos, ganhou uma cota de 80% das vendas de jornais
impressos em Minas e quase 10% do que se vende no país.
Nas bancas, as vendas monitoradas pelo nosso setor de circulação na
categoria “quality paper”, O Tempo vende mais que todos os demais
diários juntos; três vezes mais que o concorrente segundo colocado. Por
sua vez, o popular Super é o diário mais vendido há cinco anos nas
bancas do país, e com O Tempo a Sempre Editora detém mais de 80% do
índice de leitura auferido por entes independentes na região
metropolitana de Belo Horizonte.
Razões? Qualidade gráfica, inovações, utilidade que representa para
quem o lê, ainda notícia ampla, qualificada, confiável. Opiniões que
espelham o livre e mais eclético pensamento.
ONDA DIGITAL
Os jornais que se prepararam à onda digital, como os nossos,
cresceram, outros até desapareceram. Isso, apesar das críticas, do
apedrejamento e de quanto nos custa de desgaste.
Fazendo-se preponderante a qualidade, exacerbando-se, impulsionou os
jornais, vistos como os mais interessantes para o leitor. Também o
portal da Sempre, versão digital, passou a ser acessado por 5,6 milhões
de internautas a cada mês, num total de 17 milhões de entradas.
O crescimento das redes sociais valorizou a nossa boa notícia,
certificada sem contraindicações, que prevalece sobre outras distorcidas
pelo anonimato ou pela irresponsabilidade.
“Correr nas redes” com os falcões que a devastam não é certamente
garantia de confiabilidade. Correr no portal de O TEMPO, apesar de
ninguém ter o poder da infalibilidade, recebe um selo de confiabilidade,
de garantia de uma apuração responsável.
O BOM EDITOR
Como alguém que vende um bom sapato acaba por se estabelecer, o
editor que vende uma boa notícia avança na preferência dos leitores.
Embora os recursos digitais permitam a qualquer um se comunicar com o
mundo, e isso é espetacularmente fantástico, as versões fraudadas se
inflacionaram, se sofisticaram, passaram a ser “negócio”, pressionadas
pelo interesse econômico e político. Os partidos se renderam. Ao mesmo
tempo em que denunciam as mazelas dos outros, aumentam a dose caseira.
No meio desse clima, a imprensa independente é vista como uma ameaça.
Incomoda a quem governa e abusa. O poder político que tenta
desqualificar a boa mídia é uma praga. Desloca verbas que deveria
aplicar impessoalmente para quem faz seus interesses. Tenta-se, assim,
asfixiar a informação correta.
Há muita coisa que os arqueólogos encontrarão nos episódios atuais e que imporão reescrever a história desta época.
Tribuna da Internet