segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ECONOMIA TERÁ, NESTE ANO, O PIOR DESEMPENHO DESDE 1990

Vicente Nunes
Correio Braziliense

As projeções já apontam para queda de até 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), consolidando todo o desastre do governo Dilma Rousseff. Mesmo com esse tombo, a inflação se mantém resistente, pode passar de 10% caso o dólar insista na trajetória altista. Essa combinação perversa, de recessão e inflação, está levando o desemprego para níveis assustadores.
Não há perspectiva de recuperação rápida da atividade. Talvez, em meados de 2017, o país comece a dar os primeiros sinais de que saiu do atoleiro. Isso, é claro, se Dilma mantiver o juízo e adotar, de vez, uma política econômica responsável.
Esse quadro devastador não impediu o Banco Central de, mais uma vez, aumentar a taxa básica de juros (Selic), para 14,25% ao ano. Desde o piso alcançado pela Selic, de 7,25%, que vigorou por apenas seis meses, entre outubro de 2012 e abril de 2013, os juros subiram 7 pontos percentuais, um choque inacreditável para a atividade. O Comitê de Política Monetária (Copom) avisou que o arrocho está concluído. Diante desse recado explícito, os analistas já começaram a contagem regressiva para a redução da taxa básica.
QUANDO CAIRÁ?
Até o fim do anúncio do ciclo de alta, as apostas eram de que os cortes na Selic começariam a partir do segundo trimestre de 2016, quando, por efeito estatístico, a inflação mostrará um tombo. Agora, uma leva de especialistas começa a cogitar a possibilidade de os juros baixarem ainda no fim deste ano, dada a gravidade do quadro econômico. O que se verá daqui por diante é um filme de terror. O desemprego vai disparar, o calote nos empréstimos e financiamentos dará um salto expressivo e o estouro da bolha de crédito tenderá a espalhar o pânico.
Entre os banqueiros, o clima é de total apreensão. A ordem foi ampliar o máximo possível as provisões para crédito de liquidação duvidosa. A torneira de empréstimos praticamente fechou. Empresas do setor imobiliário estão tendo todos os pedidos de financiamento negados. Teme-se que o setor repita o colapso registrado no ramo automobilístico. Essa situação não seria relevante se as operações de crédito não representassem hoje quase 60% do Produto Interno Bruto (PIB). Os mais pessimistas falam em um possível estouro de bolha semelhante ao que se viu nos Estados Unidos em 2008. 
Tribuna da Internet