quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OBJETIVO DE DILMA E MERCADANTE É JOGAR A CULPA NO CONGRESSO

Carlos Newton
Uma coisa é apoiar a criação de um imposto provisório para tirar o país do abismo, tendo plena confiança de que a arrecadação será utilizada com esta finalidade, porque o governo já fez a sua parte, ao diminuir drasticamente o número de ministérios, cortando milhares de cargos em comissão, extinguindo mordomias e o cartão corporativo, reduzindo os repasses às ONGs e revendo os programas sociais, para evitar que pessoas de classe média, vereadores e até animais domésticos recebam o Bolsa Família, como já foi denunciado e comprovado.
Outra coisa, muito diferente, é apoiar a CPMF e demais medidas de arrocho sem que o governo tenha feito o esforço necessário para reduzir a máquina administrativa e esteja usando todos os truques e artimanhas para manter o aparelhamento do Estado e preservar os currais eleitoreiros que têm garantido a eternização do PT no poder.
Esta é a questão que agora se apresenta àqueles que se dizem representantes do povo e vivem na ilha da fantasia em que se transformou o Congresso Nacional.
NÃO HÁ COINCIDÊNCIA
Certamente não é por mera coincidência que quase todas as medidas anunciadas no novo pacotão terão de ser aprovadas pelos parlamentares federais. A presidente Dilma Rousseff e o núcleo palaciano chefiado pelo ministro Aloizio Mercadante estão cansados de saber disso.
Na verdade, o festival de maldades é proposital e tem objetivo duplo. Se os deputados e senadores aprovarem as excrescências do pacotão, o governo se sai bem, porque poderá alegar que ficou comprovado não haver alternativa. Mas se os parlamentares rejeitarem as propostas, a presidente e sua entourage então irão apontar o Congresso como único responsável pela falência nacional, o que decididamente não é verdade, pois o culpado de tudo é o próprio governo, tangido pela incompetência e arrogância de dona Dilma e do serviçal Mercadante.
DOIS BANANAS  
Como os ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, que se dizem responsáveis pela equipe econômica, são dois bananas, estão apenas engordando os respectivos currículos e não têm o menor comprometimento com os interesses nacionais, Dilma e o núcleo palaciano estão manobrando à vontade, sem rígida oposição interna.
O único objetivo do núcleo palaciano é evitar o impeachment e continuar no poder, porque nenhum de seus integrantes teve coragem de disputar a última eleição. Aloizio Mercadante, Miguel Rossetto, José Eduardo Cardozo, Edinho Silva, Gilles Azevedo e Ricardo Berzoini, todos eles estão sem mandato e precisam desesperadamente que Dilma continue no poder. Por isso, aceitam tudo o que a presidente determina, mesmo que ela os faça atuar como se fossem inimigos da nação.
É claro que um roteiro desses não se sustenta indefinidamente. Um dia a casa cai. Mas até lá o país já estará economicamente arrasado. O Almirante Barroso disse que o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever. Mas no caso do governo atual, podemos esperar sentados.
Tribuna da Internet