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O advogado, jornalista, etnógrafo, teatrólogo poeta romântico maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), no poema “A Minha Rosa”, retrata a beleza entre menina e mulher e entre mulher e anjo. Foi um grande pesquisador das línguas indígenas e do folclore brasileiro. Por seus poemas nacionalistas e patrióticos passou a ser conhecido como “o poeta nacional do Brasil”.
A MINHA ROSA
Gonçalves Dias
A mim! foi a mim que o ouviste?
Eu! — chamá-la minha rosa!…
De certo que é bem formosa,
Entre criança e mulher!
Se a vejo tão jovem inda,
Tão simples, tão meiga e linda,
Da vida no rosicler.
Podia chamá-la — rosa,
De musgo ou de Alexandria,
Rosa de amor, de poesia,
Mais lhe não dava que o seu;
Porque se essa flor mimosa
Já chegaste ao teu retrato,
Havias ver como a rosa
De repente esmoreceu!
Porém teu amor, querida,
Teu amor que é minha vida,
Que é meu cismar, que é só meu;
Esse que te faz formosa
Entre todas as mulheres,
Onde achá-lo?! — Minha rosa…
Minha és tu!… como sou teu.
Não nego que é meiga e linda,
Entre mulher e criança,
Tão jovem, tão meiga, e ainda
Da vida no rosicler;
Mas tu vales mais do que ela,
Não conheces bem teu preço,
Acho-te muito mais bela.
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