segunda-feira, 25 de maio de 2015

ESPLÊNDIDAS TEIMOSIAS, CHEIAS DE AMOR AO BRASIL

Percival Puggina

Há exatos trinta dias um grupo de jovens partiu de São Paulo, a pé, rumo a Brasília, onde deverá chegar no próximo dia 27.

 Feliz a Pátria que os gerou! 

Marcham por nós.

 Esplendidamente teimosos, têm as mochilas cheias de amor à sua terra, anseios por mudanças e sadia indignação contra a praga de gafanhotos que infestou os altos escalões da República.

 São simbólicos seus passos e admirável sua irresignação.

A imprensa os ignora.
 Cai sobre sua teimosia o silêncio dos acomodados e dos acumpliciados.

 No entanto, através das redes sociais, multidões os acompanham e chegarão com eles à capital federal, onde ensinarão civismo aos que não sabem o que é isso. 

Cobrarão das instituições o cumprimento do dever. Haverá, dia 27, o encontro da honra com a desonra. 

Do amor ao Brasil com seu oposto – a lascívia do poder. 

Representam-me ante os que deveriam me representar.

Se somarmos as três parcelas – tudo que se sabe, o que se suspeita, e o que tratam de manter oculto – há um camburão de motivos para que a omissão oposicionista seja ofensiva à dignidade nacional.

 Quando a oposição não faz o que deve, ou faz o que não deve, ou se muda para Nova York, quebra-se uma das duas pernas da democracia.

 Em sua esplêndida teimosia, a pequena marcha que saiu de São Paulo pretende tirar o carro da oposição da vaga para cadeirante onde parece estar impropriamente estacionado.

LIBERAIS EM MAIORIA

São as pesquisas de opinião que comprovam: se você reunir os adeptos de posições liberais e conservadoras, você congregará bem mais da metade da população brasileira.

 Majoritariamente, amamos as liberdades e sabemos que há valores que devem ser preservados para o bem de todos.

 No entanto, não existe no STF um único ministro em sintonia com qualquer das duas posições.

 O PT ainda não completou seu serviço e ali já puxam, todos, para o mesmo lado.

 Não bastasse a dissonância com a opinião pública e com o Congresso, é comum ouvir-se nos votos de Suas Excelências libelos contra essas duas posições.

E não é só no STF que isso acontece. 

O estranho hábito de dar aulas à opinião pública se reproduz em boa parte da mídia, onde as palavras “conservador” e “liberal” são pronunciadas entre sorrisos tão maliciosos quanto parvos.

 O mesmo se reproduz com status professoral nas salas de aula do país. 

Têm, todos os mencionados e outros mais, a pretensão de agirem como corregedores das nossas opiniões. 

Mas nós temos, também, essa esplêndida teimosia do livre pensar.

Tribuna da Internet