quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Americanos acreditam menos no casamento e aceitam outros tipos de famílias, diz estudo

Perto de uma em cada três crianças americanas vive com pais divorciados, separados ou nunca casados e mais pessoas nos Estados Unidos estão aceitando que laços matrimoniais não são necessários para ter uma família.

Segundo um estudo do instituto pesquisa Pew Research Center, feito a pedido da revista "Time", os EUA vivenciam uma rápida mudança na visão sobre o casamento e a família. O próprio serviço de censo dos EUA prevê incorporar uma definição mais ampla de família, ao medir a pobreza, tendência movida pelo salto de pessoas não casadas vivendo junto.

Quase um terço das crianças abaixo de 18 anos vivem com pais que nunca foram casados ou que não estão mais comprometidos, cinco vezes mais do que em 1960. Cerca de 15% tem pais que são divorciados ou separados e 14%, que nunca se casaram. Nesse dois últimos grupos, uma fatia de 6% tem pais que optaram ter filhos sem qualquer tipo de união.

De fato, quase 40% dos americanos dizem que o casamento está ficando obsoleto. E o sentimento acompanha o que o censo americano revelou em setembro, ao mostrar que o casamento atingiu a maior baixa em todos os tempos em 52% para adultos acima de 18 anos.

Em 1978, apenas 28% acreditavam que o casamento estava ficando obsoleto.

Quando perguntados sobre o que constitui uma família, a vasta maioria dos americanos concorda que pessoas casadas, com ou sem crianças, enquadram-se na descrição. Mas quatro de cinco entrevistados também incluem casais sem casamento oficial com crianças ou mesmo pais solteiros. Três de cada cinco pessoas dizem que casais do mesmo sexo com crianças também são uma família.

"O casamento é ainda muito importante para o país, mas isso não domina a família como costumava ser", disse Andrew Cherlin, professor de sociologia e políticas públicas da Universidade Johns Hopkins. "Agora há muitas formas de ter com sucesso uma vida familiar, e mais pessoas aceitam isso".

TAMANHO

Uma tradição familiar americana não está mudando, mesmo assim. Quase nove de dez americanos dizem que vão passar o Dia de Ação de Graças com a família na próxima semana, em uma mesa para 12, em média. Um quarto dos que responderam disse que vai haver mais de 20 presentes na comemoração.

A alteração na opinião sobre a família é desenhada na maioria por jovens adultos de 18 a 29 anos, que tem mais propensão a aceitar pessoas descasadas ou solteiras por terem amigos ou pais assim. Jovens adultos tendem também a ter mais atitudes liberais a respeito de regras de convivência antes e depois do matrimônio.

Mas fatores econômicos, também, estão influenciando. O censo de 2010 apresentou que casais do sexo oposto vivendo juntos aumentaram 13% este ano em 7,5 milhões. Foi uma alta elevação em um ano que analistas atribuem ao medo da população em comprometimentos a longo prazo sob o risco de desemprego.

Ainda, o estudo indica que o casamento não desaparecerá tão cedo. Apesar do crescimento da opinião de que o matrimônio não é mais fundamental, 67% dos americanos eram otimistas sobre o futuro do casamento e da família. O sentimento é maior do que o sobre o sistema educacional (50%), economia (46%) e moral e ética (41%). ASSOCIATED PRESS

Folha Online