Uma promotora sueca emitiu nesta quinta-feira uma ordem de captura por estupro contra Julian Assange, fundador do site Wikileaks, que divulgou recentemente documentos confidenciais sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão.
"Solicito à Corte Distrital de Estocolmo que prenda o senhor Assange (...), suspeito de estupro, assédio sexual e coerção ilegal", indicou Marianne Ny, diretora da procuradoria, em um comunicado em inglês.
"O motivo de meu pedido é que precisamos interrogá-lo. Até agora, não conseguimos encontrá-lo para realizar os interrogatórios", explicou a magistrada.
Ny reabriu o processo de estupro contra Assange, de 39 anos, no dia 1º de setembro, mas a princípio não havia solicitado sua detenção.
VISTO NEGADO
Ainda na metade de outubro a autoridade sueca de imigração negou-se a entregar uma permissão de residência ao fundador do site WikiLeaks.
"Ele não cumpriu com as condições necessárias para a obtenção de uma permissão", explicou Gunilla Wikström, encarregada do dossiê do cidadão australiano da Agência Nacional Sueca de Migrações.
Julian Assange apresentou em agosto um pedido de permissão de residência na Suécia, onde o WikiLeaks utiliza servidores e tira proveito de uma lei favorável sobre a imprensa e a proteção das fontes.
Dias depois deste pedido, foi acusado de violação e agressão sexual contra duas mulheres na Suécia. Julian Assange não foi preso e tem o direito de circular na Suécia, mas a investigação judicial prossegue.
INVESTIGAÇÕES
Ainda no início de setembro Assange pediu um novo advogado para representá-lo em um caso de abuso e um outro de estupro na Suécia, após a reabertura das investigações.
Em nota ao distrito de Estocolmo, um representante de Assange disse que ele não está satisfeito com o seu atual advogado, Leif Silbersky, e quer que Bjorn Hurtig assuma em seu lugar.
Em um imbróglio judicial, a Justiça sueca reabriu a investigação sobre uma acusação de estupro contra o fundador do WikiLeaks. A decisão reverte sentença da procuradora-geral em Estocolmo, Eva Finné, que fechou o caso de estupro pro falta de indícios, mantendo apenas uma denúncia, por outra vítima, de assédio. Finné, por sua vez, havia revertido a decisão de uma instância inferior de investigar a denúncia.
O caso chegou a render uma ordem de prisão contra Assange no dia 21 de agosto, retirada pouco depois.
Assange nega as acusações e diz que as denúncias são uma tática do Pentágono para desmerecer seu site.
Ao jornal, Assange manteve a declaração de inocência. "Não fiz nada que não foi completamente consentido com essas duas mulheres", afirma Assange, que diz desconhecer as acusações exatas.
Folha Online