segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Colômbia pode enviar protesto ao Panamá por asilo a ex-diretora do serviço secreto

A chanceler da Colômbia, María Angela Holguín, anunciou nesta segunda-feira que o governo de Juan Manuel Santos analisa a possibilidade de emitir uma nota de protesto contra o Panamá pelo asilo concedido a María del Pilar Hurtado, ex-diretora do Departamento Administrativo de Segurança (DAS, serviço secreto colombiano).

"Veremos se esse é um caso para uma nota de protesto", antecipou a chanceler, que confirmou o "mal-estar" de seu presidente pela decisão do governo panamenho de abrigar uma pessoa que é acusada em Bogotá por espionagem ilegal.

Hurtado, assim como outros ex-membros do DAS, é suspeita de participar de interceptações ilegais contra jornalistas, juízes, defensores dos direitos humanos e políticos de oposição, ações cometidas na gestão de Álvaro Uribe (2002-2010).

A Procuradoria do país já a inabilitou por 18 anos para o exercício de cargos públicos devido a essa ação judicial.

Durante a investigação, vários subordinados da ex-diretora do DAS --que é um órgão diretamente ligado ao Executivo da Colômbia-- a acusaram de ter sido a responsável pelas ordens para a realização das escutas.

Ainda sobre o tema, a ministra das Relações Exteriores pediu que outras nações da região "não entrem na mesma lógica do Panamá", com a concessão de refúgio a ex-funcionários da gestão de Uribe, que tenham acertos com a Justiça.

"Esperamos que outros países tenham claramente de que para nós não é algo que nos parece, digamos, normal que nessas circunstâncias seja dado o asilo, nem que seja utilizada a figura do asilo para evadir a justiça", complementou ela.

María del Pilar Hurtado atuou como diretora do organismo entre setembro de 2007 e outubro de 2008. Ela apresentou a solicitação na última semana e, logo, teve seu pedido aceito.

Por sua vez, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, defendeu a medida ao argumentar que foi uma decisão soberana no caso de uma pessoa "supostamente acusada de alguns fatos violentos" no Estado vizinho. DA ANSA, EM BOGOTÁ

Folha Online