Ex-guarda de um campo de concentração nazista, Samuel Kunz morreu na quinta-feira passada (18) aos 89 anos, antes de enfrentar julgamento pela morte de 430 mil judeus.
"Samuel Kunz morreu em 18 de novembro, aparentemente em sua residência. Temos o atestado de óbito", afirmou o promotor Andreas Brendel, diretor do Escritório Central para a Elucidação de Crimes Nazistas de Dortmund (oeste).
Kunz era o terceiro na lista de nazistas mais procurados do centro e devia ser julgado por crime contra a humanidade pelo assassinato de judeus aprisionados no campo de concentração de Belzec, então parte da Polônia ocupada pelos nazistas, entre janeiro de 1942 e julho de 1943.
Ele era acusado de ter matado dez dos prisioneiros pessoalmente, além de participar da morte de outros 430 mil. O julgamento de Kunz deveria começar somente em 2011, depois de vários atrasos --o último resultado de uma petição do próprio juiz para novas investigações sobre o réu no registro de criminosos de guerra de Dortmund.
Depois da guerra, Kunz trabalhou como funcionário do Ministério Federal da Construção.
Brendel lamentou ao jornal "Bild" a suspensão do caso do julgamento que "teria sido uma boa oportunidade para esclarecer o massacre dos judeus, em especial no campo de morte de Belzec".
Na lista de criminosos nazistas mais procurados permanecem, entre outros, o húngaro Sandor Kepiro, ex-oficial de polícia que teria participado de uma matança de 1.200 civis em Novi Sad (Sérvia), o ex-chefe de polícia croata Milivoj Asner, que colaborou na deportação de sérvios e judeus. Entre os alemães mais buscados por crimes de guerra, está Adolf Storms, sub-oficial das forças nazistas que teria matado 58 prisioneiros judeus.
Folha Online