segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Parlamento alemão é parcialmente fechado após suspeitas de ataque terrorista

O Bundestag, sede do Parlamento alemão, em Berlim, foi fechado nesta segunda-feira à visitação pública depois que as autoridades receberam informações sobre um plano de extremistas islâmicos para atacar o local.

Uma das atrações turísticas mais populares da Alemanha, a cúpula do Bundestag é visitada por cerca de 3 milhões de pessoas todos os anos. Nesta segunda-feira, apenas grupos com reserva antecipada tiveram permissão para cruzar as barreiras policiais e entrar no edifício, construído no século 19.

Um porta-voz do Parlamento não deu explicações da interdição para os turistas que pretendiam visitar áreas na parte de cima da edificação. As autoridades não informaram por quanto tempo essas áreas ficarão fechadas.

PLANOS

A revista "Der Spiegel" destacou no sábado que um extremista islâmico residente no exterior informou sobre um plano de militantes armados para entrarem no prédio do Bundestag, no centro de Berlim, e abrir fogo. "Os terroristas querem fazer reféns e provocar uma matança" no Parlamento alemão, disse a revista.

A BKA (Polícia Federal alemã) teria sido chamada diversas vezes por telefone por um militante islâmico, atualmente residindo no exterior, que afirma querer deixar a organização da qual faz parte.

Segundo a 'Der Spiegel', estas informações foram as responsáveis por levar o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, a advertir a população para o perigo crescente de atentados no país

ALERTA

A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (17) que dispõe de evidências claras de que militantes islâmicos estariam planejando ataques ao país para as próximas duas semanas, e ordenou a intensificação da segurança em alvos potenciais, incluindo estações de trem e aeroportos.

O ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse que as informações surgiram após uma série de bombas em pacotes enviados desde o Iêmen a alvos norte-americanos no final de outubro, coincidindo com bombas semelhantes enviadas por militantes gregos a alvos que incluíram a chanceler alemã, Angela Merkel.

No início deste mês, ele reconheceu que havia 'indicativos sérios' de uma ameaça à Europa e aos Estados Unidos.

A Alemanha se vê há muito tempo como alvo potencial, devido ao fato de ter 4.950 militares no Afeganistão -- o terceiro maior contingente da força internacional de 150 mil soldados que combate a insurgência liderada pelo grupo islâmico Taleban.

O país vem sendo, em grande medida, poupado de ataques terroristas de militantes islâmicos, apesar de os líderes dos ataques de 11 de Setembro de 2001 aos Estados Unidos terem sido estudantes que viviam na Alemanha. DA REUTERS, EM BERLIM

Folha Online